Kaiju n.8 é uma das novas séries Mangá iniciada recentemente pela Devir no mercado português. A série tem tido um êxito avassalador e parece que está a ser adaptada para série de animação. Mesmo em França, a série atingiu um número de vendas record nas primeiras semanas de lançamento.

A história decorre numa realidade em que aparecem monstros Kaiju de vários tamanhos. Após um Kaiju de proporções godzilescas ter sido derrotado por guerreiros treinados, é tempo da equipa de limpeza separar os componentes do monstro. Kafka é um destes trabalhadores de limpeza, que é, por diversas vezes, encarregue da parte intestinal. Ainda que queira, desde sempre, ser um guerreiro que enfrenta os Kaiju, a verdade é que as suas capacidades nunca lho permitiram.

No seguimento de um estranho evento, Kafka passa a conseguir transformar-se num Kaiju, adquirindo as capacidades destes. mas Kafka tem de ter cuidado com estas transformações, não vá ser confundido com uma das criaturas que se quer eliminar. Em compensação, os poderes recém adquiridos podem facilitar-lhe, finalmente, a entrada na profissão de guerreiro.

A série começa como várias outras do género. A personagem principal pretende ser um guerreiro mas não tem os poderes para tal, adquirindo-os de alguma forma inusitada. A partir daí passa a ser envolvido num ciclo de batalhas contra os monstros daquela realidade, ganhando mais poderes e notoriedade. Neste caso, Kafka enfrenta um Kaiju e ingressa na academia onde deverá ultrapassar as provas para se tornar num guerreiro.

Em termos de caracterização e apresentação das motivações, estas são escassas. Percebemos que o desejo de ser guerreiro vem de criança, onde Kafka partilhava os sonhos com outra criança. Para além desta vontade, e da profissão na equipa de limpeza de Kaijus, não conhecemos muito mais de Kafka.

Este primeiro volume passa rapidamente à acção, focando-se paralelamente na amizade de Kafka com outras personagens. Nesta vertente, a da acção, é competente, apresentando as esperadas lutas com os monstros, sem surpreender e decorrendo dentro do expectável.

Já em termos de desenho, há páginas mais detalhadas e visualmente mais admiráveis, mas também há outras banais, de desenho mais simplificado. Sucintamente, não há uma grande concentração de desenhos fabulosos, ainda que as páginas fluam com facilidade.

Depois da expectativa criada pelo sucesso que a série teve (ou talvez por causa da expectativa) a verdade é que a série não me fascinou. Foi uma leitura agradável e fácil, que apresentou elementos já conhecidos e que, na sua globalidade não surpreendeu. Sou capaz, no entanto, de ler mais um ou dois volumes para perceber se o desenvolvimento da história torna percursos mais surpreendentes.