Adaptada para televisão, Gannibal é a nova série mangá da editora A Seita. Pelo título e capa parece tratar-se de uma história de horror ou, pelo menos, de suspense. A série está classificada como Seinen, destinando-se a jovens adultos do género masculino.

Neste volume, um polícia é destacado para uma vila do interior do país e muda-se com a família para este local. Inicialmente, esta posição parece ser mais pacata, mas não deixa de ter as suas ocorrências. Mas o que parecia ser um cenário idílico para manter a família começa a tornar-se sombrio quando algumas interacções se desenvolvem de forma arrepiante.

Claro que é com algumas estranhas ocorrências que o polícia se recorda, cada vez mais, que o seu antecessor desapareceu em circunstâncias suspeitas, deixando registado que os locais comeriam carne humana. O que parecia inicialmente os delírios de um louco torna contornos mais possíveis conforme algumas descobertas vão sendo realizadas.

Ao longo das páginas a história vai-se tornando cada vez mais sombria e tudo parece indicar a existência de canibalismo – sobretudo numa família que vive isolada na montanha e com quem as interacções são, no mínimo, estranhas. Todas as ocorrências a que vamos assistindo decorrem com detalhes inusitados e conversas suspeitas.

O ambiente possui aquela mistura típica de familiaridade das pequenas cidades, e de suspeição com a percepção de segredos perigosos. Existem os normais convites para conviver, mas estes convites parecem mais ser um teste de carácter que se estende a todos os membros da família do polícia.

Gannibal possui um desenvolvimento viciante, criando um crescente de mistério com a progressão da história. A par com o desenvolvimento, encontramos desenhos que oscilam entre minimalistas (nas cenas de acção) e de elevado detalhe (nos momentos mais pausados). Esta é, sem dúvida, daquelas séries que quererei continuar a ler, quer pela narrativa intrigante, quer pela qualidade dos desenhos.