
A série Arena começou de forma promissora e tem conseguido manter o nível dessa expectativa. A história começa por apresentar um grupo de adolescentes humanos que são raptados para um mundo alienígena onde devem confrontar-se numa arena com grupos de outras espécies alienígenas. Claro que, num grupo diverso, alguns morrem rapidamente, enquanto outros desenvolvem características que os tornam aptos a sobreviver nesta nova realidade.
A personagem principal, Gabriel, revelou, desde muito cedo, características de sociopatia, com pouca empatia para com os que o rodeiam, e uma grande vontade de fazer sofrer outros seres. As suas tendências vão mantendo-se escondidas na realidade social humana, mas quando é transportado para este novo mundo, vê a possibilidade de aproveitar a sua mente peculiar para desenvolver estratégias que lhe permitam sobreviver – usando os restantes membros do grupo, claro.



A série começou de forma simples mas eficaz, colocando as personagens em circunstâncias em que são obrigados a combater. Para além deste elemento, o mundo demonstra detalhes de elevada tecnologia, com possibilidade de curar totalmente alguém e de materializar tudo o que desejam, ainda que exista um preço. A origem do dinheiro estará nos próprios combates e deverá haver uma gestão muito cuidadosa destes montantes – até porque são eles que permitem adquirir novas e poderosas armas.
A premissa é simples, mas eficaz, proporcionando constantes episódios de acção (confrontos, claro), e com o desenvolvimento de rivalidades que se desenvolvem dentro e fora da arena. Na sua totalidade, apresenta, até ao momento, poucos momentos introspectivos, mas dado o tema, não são necessários. Não se trata de uma história intelectual, mas de uma história que proporciona momentos de lazer, destacando-se pela capacidade de movimentar a narrativa e de manter algum interesse pela personagem.



Paralelamente, existem alguns momentos de drama, o que é compreensível dadas as circunstâncias e as idades das personagens, mas se, nos primeiros episódios da Terra estes parecem ter uma elevada densidade, com a progressão da narrativa e o enfrentar da situação, estes tornam-se cada vez mais pontuais, sendo substituídos por uma abordagem mais estratégica por parte das personagens que sobrevivem.
Em termos de edição, a Asa publica esta série a cores, num papel grosso com brilho que lhe permite apresentar páginas de elevada densidade cromática. A qualidade é bastante boa, destacando-se de outras séries do género, como por exemplo Solo Leveling (que adoro, mas que considero que o papel é muito fraco).



Arena é daquelas séries que irei continuar a ler por diversão, havendo alguma expectativa para a apresentação de novas informações sobre aquele mundo ou sobre aquela realidade, como tem sido feito nos volumes anteriores.