Black Magick é a mais recente aposta da G Floy. Trata-se de uma série lançada originalmente pela Image Comics, do mesmo autor de A Velha Guarda, ou Stumptown, que cruza investigação policial com legado Wicca, resultando numa história movimentada com elementos sobrenaturais.

A série centra-se em Rowan Black, uma investigadora da polícia que é a descendente de uma longa e poderosa linhagem de bruxas. As primeiras páginas começam por nos mostrar Rowan na sua dupla existência, bem como a forma como recebeu o legado da sua família, tanto a nível de poderes, como as memórias de várias bruxas passadas.

Mas as duas facetas de Rowan não permanecerão separadas por muito tempo. Chamada para uma situação de reféns a meio de um ritual, descobre que o criminoso não só sabe o seu nome, como possui detalhes sobre as suas actividades extra curriculares.

A história centra-se, quase sempre, numa única personagem, Rowan, ainda que nos mostre episódios em que não se encontra, o que nos permite conhecer mais sobre os acontecimentos do que a personagem principal. A caracterização de Rowan é relativamente limitada, e apesar de serem apresentados alguns episódios chave, mostra-nos pouco sobre como pensa ou como reage. Pelo menos por enquanto.

Greg Rucka prefere partir logo para a acção, e desde o início que se alternam episódios movimentados com fugas, tiroteios e confrontos, com investigação policial e inquérito. A maioria das conversas que se apresentam estão relacionadas com a investigação, seja pela própria Rowan, seja por outras personagens. Existe, no entanto, algum lugar para mostrar alguns relacionamentos, nomeadamente de Rowan com o colega de trabalho, e de Rowan com uma outra bruxa poderosa.

Cruzando a parte de investigação criminal, e as práticas de magia, existem alguns momentos violentos, seja na componente de perseguição e confronto com criminosos, seja na execução de rituais mágicos, com a descoberta de cadáveres grotescamente mutilados, onde se destacam os detalhes sobrenaturais. Estes são, também, destacados visualmente, pelo facto da história se apresentar a preto e branco, mas com cores ocasionais que representam fluxos mágicos.

A história centra Rowan na origem de um mistério, sabendo-se que está a ser atacado por um grupo de adversários, mas não demonstrando a sua facção ou motivação. Como leitores vislumbramos alguns episódios que nos mostram esses adversários, mas ainda sem informação suficiente para a compreensão do mistério. A história não parece episódica, ou seja, ainda que se centre numa investigação policial, não tem ciclos de resolução e este volume parece introdutório.

Black Magick é uma série intrigante, que capta o nosso interesse pelo cruzamento pouco usual de elementos, bem como pela rápida sucessão de episódios movimentados que denotam um mistério por resolver. No final, este volume apresenta várias páginas de extras, com, por exemplo, capas e esboços.