Aqui está uma nova série Mangá de título curioso, auspiciando uma série mais romântica do que é habitual, lançada em Portugal pela Editorial Presença. Nesta vertente, confirmo que sim, é uma série mais romântica, mas com alguns detalhes sobrenaturais que me convenceram a experimentar o segundo volume, ainda que não tenha a certeza de prosseguir até ao final da série.

A história leva-nos à era Taisho que decorreu entre os anos 1912 e 1926, mas numa realidade alternativa. Se, no mundo real, estes anos foram caracterizados pelo declínio do Imperador, neste mundo ficcional acrescenta-se o declínio dos talentos mágicos e sobrenaturais, havendo grande atenção às uniões entre famílias, não só por razões políticas, mas por causa do poder mágico que um determinado herdeiro pode vir a ter.

É nesta realidade que conhecemos Miyo Saimori. Órfã de mãe (que terá origem numa família mágica de poderes muito cobiçados) foi maltratada pelo pai e pela madrasta (e consequentemente pela meia-irmã), sendo educada como inferior aos empregados. Quando é enviada como noiva para uma figura obscura, Kiyoka Kudou, sobre a qual se tecem rumores de maldade, Miyo receia pelo seu futuro.

Acaba por descobrir uma realidade bastante diferente. Apesar de gostar de viver de forma simples, Kiyoka percebeu que, não obstante a linhagem nobre, Miyo era bastante diferente das anteriores candidatas, mimadas e desagradáveis, e começa a interessar-se pela jovem.

A história foca-se bastante nos traumas de Miyo e como os estará a ultrapassar com amor e compreensão, possuindo como pano de fundo alguns detalhes sobre poderes específicos de algumas famílias. Esta vertente será das mais interessantes, restando perceber se e como será exploradas nos próximos volumes. O segundo volume refere um pouco mais as alianças entre famílias por causa dos poderes, ao mesmo tempo que deixa perceber que a família de Miyo terá algum segredo em relação aos poderes da jovem.

Ainda que o resultado me tenha surpreendido pela positiva (esperava algo ainda mais lamechas), e que a história tenha sido agradável, o foco excessivo na componente pessoal de Miyo poderá causar alguma irritabilidade nos próximos volumes se continuar no mesmo tom. É por esse motivo que devo prosseguir até ao terceiro volume, mas não sei se finalizarei a série. A minha expectativa é que a série aborde um pouco mais a componente mágica e sobrenatural, trazendo-os para o conflito narrativo.