Confesso que comprei este livro sabendo muito pouco dele. O nome da autora não me é totalmente desconhecido e já o terei visto nalguma livraria na versão não BD. Neste caso, fui surpreendida por um livro de não ficção sobre livros, escritura e literatura!

O Infinito num Junco começa por falar da acumulação de livros em bibliotecas, passando claro pela Biblioteca de Alexandria como exemplo de tal coleccionismo. Passa depois a falar de conquistas, mostrando-nos Alexandre o Grande, uma figura que teria influenciado muitas histórias e mitos, alguns mais verdadeiros do que outros. E como se relaciona Alexandre com o restante? De alguma forma a autora gostaria de pensar que a ideia de criar uma Biblioteca Universal teria partido do conquistador.

A autora entrelaça história com literatura, falando de civilizações e personalidades importantes, mas de alguma forma, também falando da produção da forma escrita, da evolução das letras, do surgimento do livro, da biblioteca e dos hábitos de ler. Para além de referências a livros de não ficção (como o de Manguel) encontramos também referências a livros ficcionais, como a Biblioteca de Borges e Fahrenheit 451.

Fala-se de clássicos gregos e de livros contemporâneos, fala-se de mistérios envolvendo livros (como o Nome da Rosa), por vezes numa sequência lógica e justificada, por vezes, numa sequência mais relaxada de cariz mais deambulatório, onde tudo e nada se cruza, consoante as perspectivas e os ritmos.

O resultado é uma leitura pausada mas interessante, sobretudo para quem gosta de livros de não ficção sobre livros e literatura. No entanto, diria que não podem estar à espera de um fluxo de ideias muito organizado, existindo por vezes momentos em que parece que, em termos cronológicos se volta atrás, e se saltita de acordo com o fluir de um pensamento fugidio.