Um dos volumes lançados na última colecção Novela Gráfica da Levoir com o Jornal público é a adaptação, por Chabouté, da obra de Benoit Cohen. Trata-se de relato em primeira pessoa, em que o próprio, depois de dirigir filmes, resolve ser taxista em Nova Iorque com o intuito de escrever um guião. O processo não é simples e as regras para começar também não.

Nova Iorque é uma cidade de pressas e diversidade, pelo que o quotidiano de um taxista é algo caótico. Entre os diferentes clientes que lhe entram pelo carro, criam-se conexões e atritos, vêem-se diferentes realidades, estabelecem-se contactos, mas também há momentos de grande irritação e até confronto. Há altos e baixos, momentos frustrantes e momentos gratificantes.

O livro foca-se muito nas interacções, entendimentos e desentendimentos com os clientes passageiros com os quais se estabelecem ligações efêmeras. Mas, ainda assim, esperava algo mais mirabolante. Isto porque tendo sido o meu pai taxista uns anos, posso afirmar que a realidade consegue ser bastante mais mirabolante do que a experiência de Benoit Cohen. Mais mirabolante, mais perigosa, mas também mais engraçada.

Taxi Amarelo é, portanto, uma história engraçada que está contada de forma empática, ainda que não a tenha considerado suficientemente envolvente, divertida ou impactante. Em visual, o volume também não se destaca muito, focando-se sobretudo no interior do carro e nas personagens que lá se vão encontrando.