A recepção à exploração do Mundo Marvel por Neil Gaiman foi controversa – vencedor de vários prémios para melhor Graphic Novel, como o Quill Book Award, foi também listado como o pior comic do ano 2003 na Time Magazine.
Em 1602, Neil Gaiman aproveitou os heróis da Marvel e colocou-os num cenário e tempo diferente – entre o Mundo Novo em colonização e a Inglaterra da Rainha Elizabeth.
Neil Gaiman utilizou apenas personagens criadas até aos anos 60 e algumas destas são facilmente reconhecíveis: Carlos Javier é um espanhol que na época da Inquisição, dirige um colégio para os Witchbreed (X-men), pessoas com características especiais que têm de se esconder para não morrerem queimadas nas fogueiras; os Fantastic Four constituem um grupo mítico de aventureiros, que se transformam numa viagem de barco; o grande Inquisidor é Magneto; e o vilão principal é Doctor Doom.
Enquanto Virginia Dare (a primeira criança a nascer na colónia Roanoke) viaja para Inglaterra com o objectivo de pedir ajuda à Rainha (provisões e colonos), o tesouro dos Templários cruza a Europa numa carroça; e o herdeiro ao trono, James VI, colabora com os Inquisidores Espanhóis para obter o trono e retornar à caça das bruxas.
Sem termo comparativo com as restantes aventuras destas personagens, gostei do que li: a história aproveita a comparação do reino protestante de Isabel com a restante Europa, onde permanece a caça às bruxas; assim como o início da colonização, com a fundação da colónia Roanoke que no Mundo de 1602 não se teria tornado na Colónia Desaparecida.
O aspecto gráfico deve-se ao trabalho de Andy Kubert e Richard Isanove, distinguindo-se positivamente do aspecto dos comics típicos que a mim não me entusiasmam: gosto de papel lustroso e de imagens completamente coloridas que permitem a contemplação.
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