1001 Nights of Snowfall, de Bill Willingham, conta a história que antecede Fables, uma série que reconta a vida de personagens folclóricas e de contos de fadas, que se viram forçados a deixar os seus reinos para fugir ao Adversário. Em Nova Iorque formou-se uma comunidade destas personagens, conhecida como Fabletown.

Em 1001 Nights of Snowfall a história inicia-se com a visita de Branca de Neve como embaixadora à corte de um sultão. Ignorada por ser mulher, passam-se várias noites antes de conseguir falar com o sultão, mas quando o consegue ve-se no papel de Xerazade, contando histórias todas as noites para sobreviver à decapitação.

No total, o livro encontra-se separado em 10 histórias, cada uma ilustrada por uma pessoa diferente:

  • A Most Troublesome Woman – Michael Wm. Kaluta e Charles Vess
  • The Fencing Lessons – John Bolton
  • The Christmas Pies – Mark Buckingham
  • A Frog’s Eye View – James Jean
  • The Runt – Mark Wheatley
  • A Mother’s Love – Derek Kirk Kim
  • Diaspora – Tara McPherson
  • The Witch’s Tale – Esao Andrews
  • What You Wish For – Brian Bolland
  • Fair Division – Jill Thompson

Os estilos são muito diferentes, mas parecem adaptar-se às suas histórias: algumas tenebrosas, outras trágicas – poucas felizes.

Nestes pequenos contos conhecemos a história por detrás de alguns vilões recorrentes das fábulas ou o final dos contos de fadas que não correspondem ao esperado “e viveram felizes para sempre”:  o lobo mau era a cria mais pequena da ninhada, escorraçado pelos irmãos; a bruxa do conto de Hansel e Gretel era uma jovem cuja felicidade foi trocada por uma pacto de paz; e o sapo que se transformou em príncipe retornava à sua forma verde sempre que se enervava.

Esta é uma versão mais madura das histórias para crianças, ainda que não tão madura quanto o Lost Girls do Alan Moore, com detalhes interessantes – as histórias por detrás das histórias que dão alguma congruência aos contos de fadas. Sem ser excepcional é um conjunto peculiar de contos, de leitura rápida.