No mundo descrito é possível aprender a ser um mago. A magia que cada um utiliza está associada a um material e, após uma associação, esta não pode ser desfeita. Depois de vários esforços para finalizar o curso, Ceony aspirava a ligar-se ao metal mas por falta de mágicos da papel foi forçada a escolher este material.
O homem que a acolhe como aprendiz é peculiar, um pouco fora do usual, mas cedo descobre que lhe deve a formação, pois após perder uma primeira bolsa de estudos (por razões incompreensíveis) ganhou uma segunda de um dador anónimo que seria este homem.
A história mostra uma rapariga amedrontada que até do esqueleto de papel tem receio e que se refugia nas tarefas domésticas sempre que pode – desde pratos mais compostos a lavagem da roupa, são vários os momentos dedicados a esta componente, ultrapassando, de início, a prática da magia.
Quando a ex-mulher do seu professor o ataca, em casa, e lhe rouba o coração, Ceony aproveita os limitados conhecimentos de magia para fazer frente à vilã, tendo, para tal, de fazer uma pequena viagem pelo coração do homem que descobre amar.
Ainda que o tipo de magia associado a um material pudesse ser interessante (principalmente se nos tivessem mostrado, um pouco, as possibilidades e particularidades de cada material), a heroína é uma jovem pouco cativante, algo idiota até, que segue um percurso inverosímil e que, com poucos dias de treino e utilizando apenas os poucos feitiços que aprendeu, enfrenta uma vilã poderosa.
Para além destas características da personagem a acção parece desenrolar-se de forma forçada, num percurso algo previsível e cliché, tentando mostrar que uma simples rapariga pode, nas circunstâncias correctas, tornar-se numa heroína forte.
A Magia de Papel foi publicado em Portugal pela Estação Imaginária.