
O terceiro volume apresentou-nos uma peculiar premissa – em Beauty uma infecção sexualmente transmissível transforma qualquer pessoa em modelo! Esta doença aumenta o metabolismo (logo, provoca o emagrecimento), torna a pele luminosa e rejuvenesce.

Esta infecção parece o sonho de muitos e adquiri-la torna-se o objectivo de vida de várias pessoas. Mas meses depois da primeira infecção parece que a doença traz consigo um efeito secundário demasiado drástico – algumas pessoas entram em combustão espontânea. Como se não bastasse, os infectados aparecem assassinados nas mais variadas poses.

Se o primeiro volume tinha apresentado esta premissa, e o segundo tinha explorado duas histórias paralelas cruzando a infecção com o mundo do crime. Este terceiro volta à primeira linha narrativa acompanhando os detectives encarregados de investigar crimes associados à infecção Beauty.

Neste volume começamos por acompanhar um jovem que é tão bem parecido que todos julgam estar infectado. Esta dualidade (parecer, mas não ser) causa-lhe alguns dissabores nos encontros românticos – há quem saía com ele apenas por ser um infectado, há quem se afaste pensando que se trata de um infectado.

Os crimes continuam. Cada vez mais macabros e ensaiando críticas contra os fortes padrões de beleza em sociedade – posições teatrais, espelhos e banhos de sangue. Mas as pistas deixadas parecem contraditórias e os dois detectives são mais importantes, neste volume, para gerir a comunicação social do que, na prática, resolver os crimes.

Ainda que tenha voltado à linha narrativa explorada no primeiro volume alguns factos ficam por desenvolver. Existe um estranho assassino de máscara mexicana (aludindo às caveiras) sobre o qual pouco sabemos. Existe a combustão espontânea que também parece aqui esquecida. Ainda assim, a premissa tem sido explorada de forma interessante e, como tal, continuarei a ler a série.
