
Eis que escassos meses após o primeiro volume, chega ao nosso mercado o terceiro! A Editorial Presença está a lançar esta série a toda a velocidade! Interessados? Podem começar por ler as opiniões ao primeiro e ao segundo volumes.



A história (contém spoilers para quem não leu os volumes anteriores)
Seong Jinu está cada vez mais forte. De missão em missão, de plano de exercícios em plano de exercícios, não são só as suas capacidades de batalha que estão cada vez mais incríveis, mas a sua aparência também mudou. Para além de estar mais confiante, está notoriamente mais alto e musculado.
Considerando como o caçador mais fraco de todos os tempos, o segundo despertar em Seong mudou-o e, apesar de esconder esta mudança, as suas sucessivas vitórias destacam-no de várias formas, com as pessoas erradas.



Crítica
A história apresenta uma premissa simples, quase sob a forma de videojogo, em que a personagem principal, após o segundo despertar, passa a ter acesso a uma consola com poderes, itens e objectivos de treino, preparando-se para a próxima missão como um jogador que equipa um boneco para um próximo nível. A personagem apercebe-se desta sua nova realidade e explora-a, tentando perceber quais as possibilidades e limitações dos novos poderes.
A lógica de ter caçadores que vão sendo chamados por uma guilda para enfrentar monstros em buracos que se abrem numa realidade semelhante à nossa permite manter um ritmo acelerado, com os caçadores a enfrentar monstros diferentes. Este tipo de narrativa costuma esmorecer passada a novidade do primeiro volume, mas de alguma forma, este terceiro volume consegue manter o interesse do leitor.
Bem, de alguma forma não. Percebe-se como. A par com as diferentes missões e os diferentes monstros, a personagem principal vai enfrentando imprevistos que agudizam o desafio e proporcionam reviravoltas, sendo que nos apercebemos que os monstros são os humanos. E de várias formas. Por um lado, temos os próprios humanos neste volume a questionarem-se se os humanos não serão os maus da fita ao entrarem numa nova realidade e eliminarem o que lá encontram. Por outro, porque, para além dos monstros, o herói acaba por enfrentar humanos igualmente perigosos que se revelam pouco honrados ou com más intenções.
A reviravolta de ter humanos piores do que os supostos monstros não é nova. Aliás, diria que até se está a tornar cliché. Mas, como cliché, é uma fórmula que funciona e que aqui tem sido usada de forma ponderada, com uma reviravolta por volume, o que lhe confere o espaço necessário para não cair no exagero e se tornar repetitivo ou desinteressante. Estou, portanto, curiosa em saber como, nos volumes seguintes, se vai manter a cadência e manter a narrativa.



Conclusão
Solo Leveling não é uma maravilha literária. Não esperem um questionamento profundo sobre a vida ou a existência. É uma narrativa movimentada e fluída, carregada de acção com os episódios de batalha com os monstros. E nesse estilo, é uma história bem sucedida e balanceada que cumpre aquilo a que se propõe.


