A Editorial Presença parece estar a apostar nesta série, publicando em pouco tempo, os dois primeiros volumes. O primeiro tinha-nos apresentado o conceito, centrando-se num mundo em que se abrem portais temporários para masmorras com monstros. Se os caçadores não se apressarem a limpar os monstros, estes podem chegar ao mundo dos humanos e provocar estragos. Os portais começaram a abrir-se ao mesmo tempo que surgiram os caçadores – humanos com uma resistência e força pouco usuais, que são classificados conforme as suas capacidades. A história centra-se em Seong Jinu, conhecido por ser um dos caçadores mais fracos.



A história (com spoilers para quem não leu o primeiro volume)
No primeiro volume tínhamos assistido a uma batalha assustadora, em que Seong Jinu é um sobrevivente improvável, tendo demonstrado uma astúcia e coragens incomparáveis a outros caçadores bastante mais fortes. Seong Jinu como que renasceu – mas este renascimento trouxe-lhe tarefas (que só ele vê) que deve concretizar diariamente.
Com estas tarefas e pequenas missões, Seong percebe que tem cada vez mais força e que consegue enfrentar pequenos monstros cada vez mais fortes. E não são só as suas capacidades que aumentam, mas também os músculos e a altura – alterações físicas que vão sendo percepcionadas pelos que o rodeiam.
Neste volume Seong é chamado a uma missão com outros caçadores, cabendo-lhe o papel de carregar os equipamentos por ser, supostamente, o caçador mais fraco (tal como consta no seu registo). Mas esta missão irá trazer uma surpresa desagradável – é que nem todos os caçadores estão de boa fé. E neste grupo, algo parece estar fora do lugar.



Crítica
Tal como no primeiro volume, este apresenta uma boa sucessão de momentos de acção, com vários episódios de batalha. No início deste segundo volume, Seong treina, enfrentando monstros e sendo recompensado com novas capacidades e items, num modo de missões a que parece ser o único a ter acesso. Se a premissa de entrar em masmorras para enfrentar monstros recordava um jogo de computador, este modo de pequenas missões para melhoria, com visualização directa de resultados por nível, fortalecem essa sensação. Mas a própria personagem parece estar intrigada com este novo modo.
Seong mantém as suas motivações, mas esta progressão de força permite-lhe mostrar outras facetas da sua personalidade, e afirmar-se em relação a outros caçadores, demonstrando, para além de força, sagacidade e destreza mental. Apesar das suas novas capacidades, não parece ter sido corrompido por elas. Pelo menos por enquanto.
Enquanto o primeiro volume apresenta uma linha narrativa simplista e bastante directa, com Seong a incorporar batalhões de caçadores com uma missão específica – matar os monstros que lá se encontram; neste segundo, apresentam-se novas nuances que adicionam complexidade à linha narrativa. Nem todos os caçadores têm objectivos nobres, nem todos os caçadores jogam justos, e nem todos pretendem apenas a colaboração.



Conclusão
Entre as tarefas para evolução de nível, e a apresentação de novas dinâmicas entre caçadores, a série ganhou novas dimensões, ainda que se mantenha relativamente simples na construção narrativa. Os episódios de acção sucedem-se, havendo grandes batalhas. O factor interessante está que, ao contrário de outras séries do tipo, o crescente narrativo não se baseou (pelo menos nestes dois volumes) em apresentar simplesmente um monstro maior e mais assustador.