Já tive este álbum há quase 30 anos e foi por nostalgia que o voltei a adquirir. Uma releitura provou-me algumas impressões anteriores e confirmou o que me recordava – uma obra datada de densa leitura que tenta acumular demasiado conteúdo no mínimo de espaço possível.

História da Música em banda desenhada começa por referir como a música era vista na pré-história e nas civilizações antigas (desde a Grega, à Mesopotâmia e passando pelo Egipto), para rapidamente passar aos grandes compositores e detalhar os aspectos mais relevantes de cada um.

Os desenhos que acompanham os episódios são ligeiramente cómicos, as falas das personagens são curtas (e por vezes também cómicas) mas os textos que se encontram em cada desenho são longos e carregados de informação. As letras a preto sob fundos coloridos (por vezes, de tom escuro) não facilitam a leitura e a progressão é lenta. Ainda assim, recordava-me de algumas passagens, como a das carpideiras (conceito que desconhecia quando li o livro pela primeira vez).

É difícil, também, perceber o público a quem se destina. Pelo menos na actualidade. A leitura pressupõe algum conhecimento prévio do contexto civilizacional de cada parte. Sem esse contexto, não se percebe a importância da referência musical. A informação é fornecida num formato condensado, sem grande envolvimento. Não existe caracterização de personagens, apenas umas pequenas piadas no desenho que não se alinham muito com o tom sério dos textos informacionais.

Em conclusão, não é um livro que aconselho nem a miúdos, nem a graúdos. Tem alguns desenhos engraçados, que podem ser apreciados pela sua comicidade, mas aos dias de hoje e comparando com outros trabalhos não ficcionais em banda desenhada, este volume não se destaca de forma muito positiva.

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