
No cimo encontra-se um clássico, Crime e Castigo de Dostoievski, em nova edição portuguesa, pela Relógio D’Água, com tradução directamente do russo. Por alguns referidos como maçador, por outros descrito como uma obra prima, já era tempo de ler alguma coisa dos mais famosos autores russos e espero poder ler este nos próximos tempos. Esta edição parece-me cuidada mas não a teria comprado se não se tratasse de uma tradução directa.
Segue-se A Nuvem de Smog, de Italo Calvino, um livro pequeno, constituído por duas histórias, A Nuvem de Smog e a Formiga Argentina. Italo Calvino é o autor de dois dos meus livros favoritos: Se numa noite de Inverno, um viajante e O Barão Trepador.
A Nuvem de Smog é, no entanto, um livro bem diferente: a história que dá nome ao conjunto apresenta-nos o meio melancólico e decadente que rodeia um jovem jornalista que trabalha para um jornal de fortas preocupações ambientais. A Formiga Argentina retrata a vida de um casal após se mudarem para uma pequena vila, acossada constantemente por uma praga.
Best of Contemporary Mexican Fiction é uma colectânea bilingue que reúne histórias de 16 autores mexicanos e que pretende ser uma amostra representativa da literatura mexicana:
Readers will meet an embalmed man positioned in front of the TV, a mariachi singer suffering from mediocrity, a man’s lifelong imaginary friend, and the town prostitute whose funeral draws a crowd from the highest rungs of the social ladder.
Nomeado para o Booker Prize, The Children’s Book decorre entre a época victoriana e a Primeira Guerra Mundial. A capa despertou-me mas foi a sinopse que me fez pegar no livro.
Segue-se Fool, mais um livro de Christopher Moore, que será publicado pela Gailivro com o título Rei Lear. Este foi mais um ganho em passatempo, acompanhada de marcadores e chapeú.
Editado por Greg Bear e Martin H Greenberg, New Legends é uma Antologia de Hard Scifi onde se podem encontrar histórias de autores como Ursula le Guin, Paul McAuley, Robert Silverberg ou Poul Anderson. Greg Bear é o autor de um dos meus livros favoritos no género da ficção científica, Blood Music e Ursula le Guin dispensa apresentações. Paul McAuley, por sua vez, é mais conhecido por Fairyland ou Pasquale’s Angel (publicado em português como A Invenção de Leonardo) e Robert Silverberg escreveu Majipoor Chronicles (publicado em português como as Crónicas de Majipoor) ou Tower of Glass (publicado em português como A Torre de Vidro).
Os dois volumes de Preacher que se encontrem na foto constituem os últimos da espectacular série que retrata um pastor americano do Texas que adquire poderes sobrenaturais, resolvendo partir numa demanda em busca de Deus, acompanhado pela namorada e pelo amigo vampiro. Ao longo da história são levantadas várias questões sociais entre as cenas de violência sangrenta: desde a hipocrisia dos devotos pecadores que todos os Domingos assistem pios à missa, aos fenómenos sociais de sucesso instantâneo, passando pelos cultos fanáticos de estupidificação. Na realidade, um dos assuntos que mais se debate é Deus e a Igreja: existe uma sociedade secreta que protege o sangue de Jesus, uma união entre um anjo e uma diabinha e um Santo dos Assassinos que arrasa tudo à sua passagem.
Finalmente, Transmetropolitan é o primeiro volume de uma série pós-ciberpunk que se centra no herói Spider Jerusalem, um jornalista que se dedica a lutar contra a corrupção e o abuso de poder dos presidentes dos Estados Unidos da América. Mais direi depois de ler.
Em relação ao Crime e Castigo, é a história de um ex-estudante que decide cometer um crime: assassinar a sangue frio uma velha usurária, resolvendo assim os seus problemas económicos e livrando o Mundo de uma criatura hideonda. No entanto, quando comete o crime, ve-se obrigado a assassinar a sangue frio a simpática meia-irmã da velha. O protagonista cai então num estado febril, numa mistura de medo e culpa, desejando escapar-se à policia (e a si próprio?).
Nas centenas de páginas desta obra, Dostoievski faz um crescendo da ligação entre doença, culpa e a cidade de Sampetersburgo e do dominio que têm sobre o protagonista. Do ponto de vista psicológico é uma obra brutal, no que se refere a acção, pouco acontece…
Quando comecei ler o Crime e Castigo, o livro entusiasmou-me e li-o num ápice. Achei uma obra-prima, mas acredito que haja quem possa achar aborrecido.
hum… a ver se escolho o estado de espírito certo para ler o livro 🙂