De Dan Simmons conhecia dois livros, Muse of Fire (uma pequena história de ficção científica que nos apresenta uma muito degradada espécie humana) e Song of Kali (publicado em português como A Canção de Kali, pela Clássica Editora e mais recentemente pela Saída de Emergência; a história intercala as culturas ocidental e oriental, centrando-se em pavorosos cultos à deusa da destruição), mas Clube de Patifes pouco ou nada tem a ver com estes.
Se Muse of Fire é pura ficção científica e Song of Kali pode ser enquadrado no horror, Clube de Patifes é um thriller ficcional com raízes verídicas, centrado nas actividades de contra-espionagem organizadas por Ernest Hemingway quando se encontrava em Cuba.
O narrador é Joe Lucas, um agente do FBI de origem latina e escocesa, que incorpora a organização de Hemingway com o objectivo de monitorizar as actividades. Hemingway é um amador neste circuito de espiões e mensagens codificadas, mas como escritor célebre possui uma extensa rede de contactos, entre prostitutas e orfãos vadios, empregados de hotel e frequentadores de bodegas.
Esta rede duvidosa revela-se extremamente eficaz contra todas as probabilidades, e o Clube de Patifes descobre encontrar-se num local de intensa espionagem onde se trocam segredos militares sob o conluio da política local, corrupta.
Entre a espionagem e os tiros, vamos conhecendo o homem para além do escritor, Ernest Hemingway é um homem carismático, decidido a tornar realidade as ficções que constrói na sua mente, uma pessoa persistente e bondosa, que intercala momentos altruístas com egoístas, da mesma forma que se revela corajoso e cobarde em diferentes alturas. Aos jantares em casa de Hemingway comparecem actores e personagens politicamente relevantes.
Entre descobertas de mensagens codificadas, aventuras de barco em busca de submarinos (nas quais participam duas crianças, filhos de Hemingway), e mortes, vários acontecimentos parecem surreais mas muitos terão ocorrido realmente, e descrevem pessoas reais. Publicado pela Saída de Emergência, Clube de Patifes é um thriller brilhante, bem estruturado e de leitura pausada, aconselhado não apenas a quem gosta de histórias de espionagem, mas também àqueles que gostam de uma leitura inteligente.
O problema deste livro é o tradutor, João Seixas e deixem-me dizer-vos isto, ou este Sr. não existe e esse nome é uma fraude, ou então é um deficiente mental do mais alto gabarito, que roubou, se por acaso alguém lhe pagou pela dita tradução.
Pag. 22, “… depois de paragens no Texas, Sra. Ouri e Ohio…” – Incrível, traduziu o estado americano do Missouri por Sra. Ouri, presumo que o texto tenha sido inserido no Google Translator e o vosso editor nem se deu ao trabalho do o ler.
Pag. 472 “..dá um salto a Washington para um jantarito com a amigalhaça Eleanor e com a velhota na cadeira de rodas…” – Extraordinário, trata-se do presidente Franklin Delano Roosevelt e da sua esposa, Eleanor Roosevelt, e se bem se recordam este passou a presidência na cadeira de rodas. A “VELHOTA” na cadeira de rodas????
LOL
já agora, porque dizes “vosso editor” ?