Combinando o estilo gráfico de seis autores diferentes (não contando com a capa de Jorge Coelho), a história de André Oliveira tem como ideia central a hipocrisia dos milagres, apresentando, na primeira cena um Milagreiro, um homem que produz milagres por encomenda, com o objectivo de se atrairem e manterem fiéis.
O último milagre deste homem há-de ser a transformação da própria morte numa espécie de sinal divino – mas não por sua auto-recriação. Este fim inesperado leva a irmã, na mesma profissão, a desconfiar a existência de outras mãos na construção daquele auspício.
A história é simples, mas eficaz, apesar de desenvolver episódios e levantar questões que não explora. De resto a alternância de estilos resulta bem, dando nalguns casos a ênfase necessária aos acontecimentos.
Sem o poder considerar uma das melhores leituras de banda desenhada dos últimos tempos, é uma boa história, movimentada que explora a polémica religiosa, uma leitura interessante que cumpre (e ultrapassa) o papel de meio de envolvimento e distração do leitor.
osrascunhos.com 