Gran Hotel Abismo é, sobretudo, uma história de denúncia. Decorrendo num futuro próximo, apresenta uma crise económica projectada pelas grandes empresas para aumentarem os seus lucros e diminuirem os ordenados e liberdades da população em geral.
O resultado é fácil de prever – várias manifestações que rapidamente se tornam violentas por imposição de uma polícia que atira sobre os manifestantes ou sobre quem passa na rua naquele momento. A repressão atinge níveis impensáveis em supostas ditaduras e as liberdades são contornadas para se atingirem os objectivos das companhias.
Prevendo uma redução do ordenado mínimo, rapta-se um dos principais investigadores sobre o tema, mantem-se o homem fechado num quarto durante um mês, com o objectivo único de ver se o montante previsto é o suficiente para a sua sobrevivência.
Gran Hotel Abismo consegue a proeza de ter grandes momentos, mas de não ter uma linha narrativa coesa e satisfatória. A arte de Rubín é estrondosa e o enquadramento permite transmitir algumas das mensagens pretendidas, mas ao não criar personagens nem ao seguir um pensamento lógico, resulta num quase livro de recortes com algumas passagens interessantes (principalmente a nível gráfico) mas que não satisfaz totalmente.
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