Adquirido em leilão, este foi daqueles jogos que nos conquistou em pouco tempo. Sim, a capa é desenxabida e passa despercebida entre outras, mais coloridas e de desenhos mais sólidos. Trata-se de um jogo de programação em que os movimentos indicados ao nosso bot podem ser perpetuados jogada após jogada.
O jogo tem como objectivo a entrega de cristais no centro de cada jogador. Para tal, temos dois bots que podemos programar, distribuídos pelo tabuleiro. Existem vários mapas iniciais que permitem que, independentemente do número de jogadores, os bots estejam distribuídos de forma semelhante pelo tabuleiro.
A cada jogada podemos adicionar / retirar / substituir uma instrução ou limpar a programação de um bot e existem várias instruções disponíveis: apanhar ou largar cristal, rodar para a esquerda ou para a direita, avançar uma ou duas casas e dar um choque eléctrico. Este último permite fornecer uma instrução a outro bot e estragar o jogo do adversário. Existem, ainda, instruções especiais que podem ser adquiridas com a entrega dos cristais azuis (que valem menos). Estas instruções especiais permitem, por exemplo, saltar, empurrar mais do que um objectivo, dar choques maiores ou esticar os braços e captar cristais a maior distância.
Ainda que o jogo seja aparentemente simples, é necessário projectar a perpetuação dos movimentos pelas próximas jogadas (se não se alterarem as instruções, as mesmas mantém-se nas jogadas seguintes), mas essa projecção pode ser facilmente estragada pelos choques, pelos obsctáculos ou ao empurrarem os nossos bots. Para além do tabuleiro base existem estruturas que se podem adicionar, como portais ou poças de lama, que conferem um maior grau de dificuldade.
Este jogo está indicado para maiores de 13 anos (ainda que na página do boardgamegeek esteja a indicação de 10), mas constatámos que se podem envolver crianças bastante mais pequenas, jogando com o tabuleiro base (sem portais, nem poças de lama). Trata-se de um jogo de 2 a 6 jogadores, sendo que as instruções indicam, para cada número de jogadores, diferentes tabuleiros, disposições iniciais e número de cristais. Este detalhe torna-o equilibrado para quase toda a variação do número de jogadores, ainda que a 2 haja espaço suficiente para que cada um possa fazer as suas jogadas isoladamente.
Twin Tin Bots não é o melhor jogo de programação que cá temos em casa, mas é suficientemente bom e adaptável para já o termos jogado diversas vezes com diferentes grupos que oscilam entre jogadores experientes e novatos (quer de idade, quer de experiência). Diria até, que é o mais jogado neste género.