
Uma antologia com novas vozes da ficção científica é interessante, mas o nome dos editores irá contribuir, decerto, para o seu sucesso – mesmo considerando que algumas das histórias presentes na antologia já foram designadas como sendo das melhores dos últimos anos. Sem me detalhar sobre a antologia (fá-lo-ei a seu tempo) começo por falar da primeira história, Openness de Alexander Weinstein.
De que forma pode a tecnologia ajudar-nos a conectar com os restantes seres humanos? Será uma fonte de proximidade ou de afastamento? Na realidade futurista de Openness (mas não muito distante) os seres humanos vão partilhando camadas de informação com os que lhe são mais próximos – e abrindo camadas mais íntimas com o avançar da relação.
Esta abertura a recordações e pensamentos íntimos é uma prova dura – se, por um lado, é uma forma de estabelecer uma relação profunda, por outro, se a abertura não for bem gerida e efectuada no momento certo, pode afastar, de forma definitiva, o parceiro.
Mas a história não apresenta apenas esta vertente. Num mundo altamente tecnológico onde as pessoas já não conversam vocalmente, e usam a as trocas virtuais para se conhecerem, como será visitar um local onde se retorna à interaçcão mais primitiva?
O resultado é uma narrativa com elementos nostálgicos e envolvente, que consegue apresentar uma abordagem interessante, até íntima, da tecnologia que poderá existir num futuro muito próximo.
Interessante!
Me lembrou a intimidade no filme (não muito bom) “O Demolidor”, não o da Marvel, mas do Sylvester Stalone.