O primeiro volume de Beep Boop li-o há algum tempo (há quase um ano) mas lembro-me de ter gostado do conceito e do desenho, destacando-se como principal defeito o quão curta era a narrativa. O autor consegue cativar o leitor apresentando dois robots conscientes que parecem estar na base da hierarquia do seu mundo.

Nestes dois pequenos volumes o autor prossegue com a aventura, demonstrando como uma nova figura robótica naquele planeta pode ter um papel definitivo, conforme descrito nas profecias daquele planeta. O percurso desta nova figura vai quebrar as expectativas do leitor e seguir um percurso inesperado, mantendo o interesse até ao final.

É aqui que, do ponto de vista narrativo, o autor consegue fechar fugindo de clichés mas não trazendo um final que me fosse satisfatório. Ainda assim, apresenta uma narrativa competente, que se coaduna bem com o desenho, mantendo-se expressivo e cativante no meio de vários Beeps e Boops.

Em termos visuais o interior cumpre a expectativa fornecida pela capa, mantendo um registo colorido, com várias cenas de acção e um tom visual que se traduz em empatia para com personagens robóticas – algo que nem sempre é fácil de fazer.

Beep Boop apresenta um mundo interessante que gostaria de ver explorado de forma mais extensa. No seu conjunto, os três volumes de Beep Boop contêm uma história com um bom nível, quer narrativo, quer gráfico. Beep Boop foi publicado pela Gorila Sentado.