Eis mais um jogo abstracto que não tem, a meu ver, tido o sucesso que merece. O aspecto é vistoso e quase todas as visitas que recebemos o querem jogar. Ainda assim, não é um jogo perfeito e há dois ou três detalhes que alterava para melhorar a jogabilidade.

Enquadramento Temático
Tal como noutros abstractos, o tema não é um grande destaque do jogo, servindo mais como desculpa visual do que para se perceber o fluxo de jogo ou as regras. Ao longo do jogo vamos construindo uma mandala, usando as peças que os jogadores pontuam.

O Jogo
O objectivo é fazer pontos. Para tal, os jogadores vão, na sua vez, fazer uma de duas coisas: captar peças ou pontuar. As peças são captadas movendo artistas (peças pretas, compridas com um padrão de mandala) para uma nova posição e pegando todas as peças em torno que possuam o mesmo padrão que o artista movido. As peças obtidas são colocadas por ordem de captação fazendo uma torre de peças num único local de pontuação do tabuleiro de jogador. O jogador só pode optar por obter peças na sua vez quando existir pelo menos um local de pontuação livre.
Ao invés de obter peças, o jogador pode optar por pontuar, existindo duas formas de o fazer: pegar na peça superior de cada local de pontuação (e obter um ponto por cada), ou escolher uma cor que se encontre na parte superior de pelo menos duas torres e pontuar de acordo com o local de pontuação. Cada local de pontuação tem uma forma diferente de pontuar, havendo locais que pontuam pelos diferentes tamanhos das várias torres, ou pelas diferentes cores de uma torre, ou consoante a altura da torre escolhida para pontuar.

Seja qual for a forma de pontuar, retira-se a peça superior de cada torre escolhida para pontuar. Estas peças são colocadas num tabuleiro com posições em espiral. Algumas destas posições, quando sobrepostas pelas peças pontuadas, dão pontos adicionais. O jogo termina quando, neste tabuleiro, se atinge a posição indicada para o número de jogadores.
Para além de se pontuar pelos objectivos e pela peças colocadas em espiral, existem ainda objectivos privados que são distribuídos pelos jogadores.

Componentes
O jogo possui três tipos de tabuleiro: o tabuleiro onde se encontram os artistas e as peças disponíveis, o tabuleiro de jogador, e o tabuleiro em espiral para as peças colocadas. Os tabuleiros são de cartão grosso, excepto o tabuleiro de jogador que é composto por um papel finíssimo. A simbologia é simples e depois de se perceber o jogo, é perceptível sem ser necessário consultar o livro de regras.
As peças circulares e coloridas são compostas por um material pesado (ao estilo de Azul) e são agradáveis quer em visual, quer ao toque. As peças encontram-se disponíveis em quatro cores diferentes e têm desenhadas uma de duas possíveis mandalas. As duas mandalas são suficientemente diferentes para serem distinguíveis. O único defeito será o desenho a branco nas peças amarelas que é mais difícil de percepcionar.
Para além dos tabuleiros e das peças circulares, o jogo possui ainda os artistas, os indicadores de pontuação e as cartas de objectivo privado. Todas estas são razoáveis, sem qualidade extraordinária, mas também sem nada a assinalar negativamente.

Experiência de jogo
O jogo é muito pedido por quem cá vem a casa, sobretudo pelo visual colorido. É relativamente fácil de explicar, sendo a parte mais complexa perceberem-se (e distinguirem-se) as diferentes formas de pontuar, sobretudo para jogadores inexperientes. Depois de captada esta parte, o jogo costuma decorrer bem, sem necessidade de grandes esclarecimentos.
As jogadas são relativamente simples, permitindo o pensamento estratégico típico dos jogos abstractos. O único ponto que gostamos menos é a parte das cartas de objectivo, porque existem algumas com objectivos opostos e já tem ocorrido que estes opostos calharem ao mesmo jogador, impedindo que possa concretizar ambos. Desta forma, costumamos jogar sem objectivos.
A interacção entre jogadores é baixa e costuma restringir-se à colocação dos artistas, prevendo ou dificultando as jogadas dos adversários, sobretudo a dois jogadores.

Conclusão
Mandala Stones é um jogo visualmente agradável que é fácil de ensinar a jogadores pouco experientes. Os componentes são bons, excepto o tabuleiro de jogador. Não é o melhor jogo abstracto que temos em casa, mas dada a facilidade em ensinar e a rapidez das jogadas, é dos que vai mais vezes à mesa.

