O autor de I Hate Fairyland e Middlewest, duas das minhas séries de banda desenhada fantástica favoritas, lançou este Twig, uma história de volume único com um aspecto curioso, pela Image Comics. Claro que, dadas as restantes histórias do autor, tive de adquirir e ler esta.
A história não desaponta na sua premissa fantástica, apresentando-nos Twig, uma criatura fofinha, mas despistada que se atrasa no primeiro dia de trabalho como viajante. Estes viajantes deslocam-se entre reinos encantados para encontrar e colocar objectos mágicos nos locais certos. Mas… o primeiro objecto que Twig irá transportar parte-se! E a entrega passa a incluir os passos que irão permitir sanar o objecto.



Pelo caminho, faz amigos, enfrenta bichos estranhos, sofre contratempos quando descobre que alguns sábios já estão mortos ou que algumas profecias se revelam menos literais do que perspectiva na sua inexperiência. Pouco vai ser o que parece, e Twig, que preferia ter seguido outra profissão, vê-se atirado para uma sucessão de episódios mirabolantes – mas fantásticos.
A sinopse promete uma demanda ao estilo de Bone e um mundo que recorda The Dark Crystal / Labyrinth – referências poderosas e clássicas no género fantástico que, felizmente, são desnecessárias. Em Twig, os autores desenvolvem um mundo de características muito próprias, em que cada criatura tem uma função específica. Alguns minam nas literais entranhas de uma montanha, outros, como Twig (a personagem principal) têm missões para cumprir como profissão.



Em Twig não existe, como é habitual nos mundos fantásticos, um mal absoluto que ameaça o mundo. Existem criaturas dúbias, que provavelmente apenas querem comer, ou outras que depois de anos de prisão, estão para além do limite da sanidade. Existem destinos cruéis e interpretações erradas das profecias, existem contratempos e erros perpetuados pelos nossos heróis. Mas também existem amizades e boas intenções, bem como momentos felizes ou engraçados.
O resultado é fenomenal – pega num dos elementos mais comuns e banais das histórias fantásticas, a demanda, mas consegue envolvê-la em elementos que lhe conferem uma aura bastante diferente.



