
Cullen Bunn é conhecido pelas suas séries de banda desenhada de horror. Para além de Harrow County publicado em Portugal (e falado aqui) ou de O Homem Vazio, também já li Unearth e Bone Parish (séries que ainda não terminei). Entretanto, deparei-me com este Basilisk que, parece, também, interessante.



A história
Basilisk começa com um episódio de destruição, mostrando a chegada de um grupo de pessoas a uma vila, seguindo-se a morte de todos os habitantes. Mas não dos recém-chegados. Passados alguns anos, acompanhamos uma mulher sozinha, Regan, que vai a um restaurante. À saída é raptada.
Mas este mulher solitária não é uma mulher qualquer – faz parte do grupo de pessoas que chegou à vila e é responsável pelo massacre. Regan é raptada por alguém que pretende eliminar o seu grupo. Mas este grupo não é composto por pessoas normais, mas de entidades com poderes que podem provocar mortes horríveis nos que os rodeiam.



Comentário
Este primeiro volume apresenta-se bastante movimentando, explorando sobretudo as poucas memórias de Regan e o passado da sua captora. Percebemos que Regan desconhece a origem dos seus poderes e pouco se recorda antes de os ter e usar na vila. Em termos de premissa, a desta série é simples e linear.
Cada entidade possui um poder diferente, associado a um sentido diferente. Mas ao contrário de Regan que se isola, as restantes entidades parecem usar os seus poderes de forma maliciosa, provocando o maior dano e sofrimento possível. A origem dos poderes é desconhecida e não se fala desse ponto. Percebe-se que é um mistério até para quem os tem. Talvez seja abordado nos próximos volumes.
O massacre original provocou reacções e é uma familiar das vítimas que se resolve a eliminar as entidades. Este motor narrativo origina os vários momentos de acção e de envolvimento das duas personagens (Regan e raptora). É também, o ponto de partida para a apresentação de algumas memórias.
O episódio inicial gera outras reacções no sentido oposto. Ao longo da história percebemos a existência de uma espécie de Igreja ou seita que adora estas entidades, comparando-as a deuses e concretizando as suas ordens.
Ao contrário de outras séries de Cullen Bunn, a premissa não é muito sobrenatural, baseando-se, até agora, num único elemento – os poderes. Se, em Harrow County existiam várias criaturas sobrenaturais, em Unhearth encontramos todo um Universo de criaturas. Em Basilisk encontramos entidades de aspecto humano.
Para além deste aspecto, Basilisk destaca-se pela velocidade narrativa, investindo menos tempo na caracterização de personagens, mas conseguindo mover-se pela sucessão de episódios de acção – lutas e confrontos.



Conclusão
Este primeiro volume de Basilisk conseguiu interessar-me o suficiente para ler a série. A premissa simples mas eficaz, com um bom movimento narrativo, cativou-me. Não é uma obra prima da banda desenhada, mas parece cumprir o papel de divertir, apresentando consistência e direcção.


