Cullen Bunn é o autor de várias narrativas fantásticas de horror, como Harrow County ou Bone Parish. O autor trabalha, ainda, com a Marvel, existindo volumes publicados em Portugal como Deapool Mata Deadpool ou Deadpool Mata o Universo Marvel. Mediante todas estas narrativas de sucesso, as expectativas para este Unearth eram elevadas, mas não se concretizaram totalmente. A premissa é interessante, mas existe pouca ligação às personagens retratadas, fazendo com que o terror da situação não tenha tanto impacto na leitura.

A história

Uma estranha epidemia assola o México. O que começa com febre e pestilência acaba com transformação física em disformes monstros verdes. Um grupo de cientistas e soldados é enviado a perceber o que se passa, acabando a explorar um sistema de grutas onde encontram mais monstros disformes, bem como monstros viscosos de enorme tamanho.

Neste sistema de grutas as paredes parecem vivas. A expedição prossegue em fatos protectores para evitar contaminações, mas entre monstros e os ácidos que encontram pelo caminho, um a um, vão sendo transformados ou eliminados.

A narrativa

A história é mais centrada nas circunstâncias e na expedição, no seu todo, do que em personagens específicas. Esta abordagem não permite criar grande ligação para com as personagens, retirando um pouco o efeito de terror que poderia ser extraído das circunstâncias. Já mais para o meio do volume existe esta tentativa de ligação para com uma das personagens, mas vem tardia e sem força suficiente.

O volume começa com um curto momento para a descoberta da doença, passando rapidamente para a exploração das grutas. Sem grande suspense ou criação do habitual ambiente claustrofóbico, a história prossegue rapidamente com uma série de encontros com monstros e com pequenas descobertas que vão retirando a possibilidade do grupo sobreviver.

O desenho

Verde, verde, verde. Esta cor, em tom fluorescente, corresponde aos monstros e ao ambiente subterrâneo tornando-se predominante numa grande quantidade de páginas. O desenho é pouco detalhado nos enquadramentos, focando-se sobretudo nas personagens ou em objectos concretos. É bom a mostrar expressões e posições, e competente a transmitir movimentos.

De forma geral, o desenho é agradável, mas nunca chega ao extraordinário ou ao muito bom. Julgo que a excessiva (apesar de justificada) coloração verde fluorescente não me ajudou a criar uma melhor impressão da componente visual, ainda que não a tenha achado desagradável – apenas sem momentos memoráveis.

Conclusão

Carregada de momentos de acção, sem grande foco em personagens ou na criação da usual empatia inicial (através de contexto ou momentos mais próximos), Unearth é uma série que não me fascinou, e não devo prosseguir com a leitura (a não ser que me disponibilizem os próximos volumes para leitura). Ainda que não seja um volume mau e até tenha momentos interessantes, não me despertou curiosidade suficiente para querer saber o que acontece de seguida.