125 – O despertar dos esquecidos – Luís Louro – O mais mirabolante herói português regressa com uma nova missão, mais madura. Tão madura que entra na terceira idade – enquanto procura um velhote desaparecido, explora um lar de idosos em busca de informações. Entre fraldas, memórias de auges longínquos e cartas, o Corvo parece ter encontrado um grupo de amigos – e sem se aperceber, dá-lhes novo ânimo. A história explora caminhos diferentes dos restantes volumes, mantendo, claro, algumas referências conhecidas. É, como seria de esperar, um álbum divertido, com um visual cativante de desenhos fluídos, carregados de acção;

126 – What feasts at night – T. Kingfisher – No seguimento de What moves the dead, a autora escreve um novo volume no mesmo Universo que se centra na mesma personagem principal. Neste caso, o soldado regressa à casa no meio da floresta que herdou do pai, descobrindo que o caseiro deixou tudo repentinamente. Indagando a aldeia mais próxima, descobre uma série de rumores de algo estranho que terá acontecido. Ainda assim, recebe amigos, e contrata uma nova pessoa para tomar conta da casa. Claro que, como seria de esperar, estranhos acontecimentos se sucedem;

127 – Monster – vol. 2 – Naoki Urasawa O primeiro volume tinha-nos apresentado o médico prodígio que faz carreira num hospital, mostrando-nos como se transforma num fugitivo. Neste segundo, vemos como o médico continua a sua demanda, fugindo à polícia, mas também, procurando pistas que lhe permitam perceber quem é o verdadeiro monstro. É uma história de personagens fugidias, em que as circunstâncias levam a o médico por um caminho insuspeito mas complexo, cruzando o caminho com outros monstros;

128 – A Estrada – Manu Larcenet – Li o livro original de Cormac McCarthy há alguns anos e achei-o brutal. A história decorre num futuro apocalíptico, como tantas outras, em que, de alguma forma, a sociedade colapsa. Talvez por doença, ou assim parece indicar a narrativa, os poucos humanos que existem são obrigados a errar entre os restos da sociedade, associando-se em grupos agressivos, ou evitando os que passaram a subsistir do canibalismo. O que surpreende no livro não é o contexto, mas a perspectiva. A história centra-se num homem e no seu filho, que tentam sobreviver neste mundo, fugindo dos restantes humanos, mas tentando manter alguns víveres. A brutalidade do mundo choca com a perspectiva inocente e positiva da criança que, apesar de tudo, transparece bondade e optimismo. É uma narrativa dura que consegue captar-nos demasiada empatia, e, dessa forma, deixar-nos de rastos.