Começo por apresentar os livros que trouxe da livraria Ulmeiro, em Benfica. Loja de livros em segunda mão, encontra-se em risco de encerrar, tendo tido destaque em vários jornais e, até, na televisão. Para além de livraria é também um local conhecido pelos eventos literários e pela publicação de alguns livros. A livraria é extensa – se acham que o primeiro andar é uma imensidão, então espreitem o segundo, que é ainda maior.
Eis dois volumes da colecção de ficção científica da Caminho. À esquerda encontra-se um livro de João Aniceto e, à direita, Cenários trucados de Jean-Pierre Andrevon, um autor francês.
Seguem-se os dois volumes de Obras Primas da Ficção Científica, que conta com autores que me são desconhecidos, como Cirano de Bergerac, Fitz-James O’Brien ou Edward Everett Hale, para citar apenas alguns.
Cidades Inventadas de Ferreira Gullar é um volume curioso cuja publicação me tinha passado despercebida. O conceito não é totalmente novo, mas o tema é interessante – um livro sobre várias cidades inexistentes, de que aqui se descreve alguma história e particularidades. Comecei a lê-lo na livraria e o que encontrei foram cidades de expansão cancerígena, cidades minúsculas ou cidades que parecem não existir em lado nenhum excepto na mente de um segundo explorador. Sem ser, até agora, brilhante, enquadra-se no género das enciclopédias fantásticas.
O volume da direita, Viagens à Ficção Hispano-americana de António Mega Ferreira contém um resumo do que será o curso, com o mesmo título, que decorre no El Corte Inglês. Fala-se, claro, de Borges, Bioy Casares, Cortázar, mas não só. Encontramos Roberto Bolaño, Cabrera Infante, Mario Vargas Llosa, Garcia Marquez, Alejo Carpentier e Juan Rulfo.
A Casa das Sombras, de Ana Teresa Pereira, é um dos mais recentes lançamentos de Relógio d’Agua, e reúne cinco histórias sobre cinco casas. Curiosa em perceber se, conforme percebi pelos resumos, tem algum teor fantástico.
Para além dos dois volumes das colecções em curso (uma da Marvel pela Salvat, e outra da DC pela dupla Levoir / Público), adquiri Milagreiro de texto de André Oliveira e arte de vários desenhadores:
É uma bd em cinco capítulos, que cruza os universos da acção e do fantástico, através da arte de alguns dos mais talentosos ilustradores portugueses.
Estes dois últimos são uma confissão: é que nunca li nem Lucky Luke, nem Tintin. Nada de nada. Apesar de ter convivido desde muito cedo com os livros de Astérix (que são os preferidos por toda a família), estas duas bandas desenhadas não eram apreciadas pelos progenitores e como tal nunca lhes pus a vista em cima. E para completar, não é um livro, mas está relacionado (e não, não estou a pensar adquirir os restantes – são demasiado caros):
Na bd adquiriste coisas bem porreiras, eu estou a ver se continuo a da salvat e levoir também mas acho que vou ter de parar com uma e continuar com a outra. Por acaso também nunca li lucky luke ou tintim ou mesmo asterix e obelix. A única altura em que li alguma coisa desse género foi na biblioteca da minha escola ainda li uns quantos.
Eu cresci a ler Astérix, e a ver os filmes animados – tem uma história base que dá para as crianças perceberem e acharem piada, mas tem um nível de compreensão acima, com comparações com a sociedade actual, que são espectaculares. Por exemplo, num dos últimos volumes em que um gaules reporter atravessa a gália em procura de abrigo, os novos autores do Astérix perpetuam esta tradição, fazendo o paralelismo com a fuga do Snowden pela Europa