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Dinis Machado publicou, sob o pseudónimo de Dennis McShade e por necessidade monetária, três policiais. Este, o primeiro dos três (que por acaso li por ordem inversa) apresenta-nos o assassino implacável mas de moral elevada, Maynard.

Ao contrário do que nos diz a capa da primeira edição “o livro que é uma porta aberta para o mundo secreto do crime organizado” Maynard é um solitário que se mantém teimosamente à parte da organização que controla todos os restantes assassinos na sua cidade.

Com uma teimosa úlcera Maynard oscila entre o uísque e o leite, agarrado ao abdómen nas situações mais problemáticas. E aqui vamos vê-lo muitas vezes nessa situação – é que desta vez não é contratado para um assassínio comum, mas para terminar com a vida de quatro homens que terão, há oito anos, acabado com a vida de uma rapariga, a filha de um milionário.

Estes anos foram o suficiente para que os quatro homens se tenham dispersado, mudando de cidade, de país e até de nome. Com a ajuda de um informador profissional Maynard começa a liquidar os alvos, mas a meio, quando retorna do México, depara-se com dois outros assassinos em sua casa – aquele trabalho coloco-o como alvo da sociedade de assassinos.

De premissa simples e narrativa linear, é na peculiar caracterização de Maynard que se destaca, leitor profundo e amante de música clássica, este assassino a soldo apenas aceita os trabalhos que passem no seu filtro moral e tem peculiares conversas, ora com ele próprio, ora com as suas vítimas e informantes.

A trilogia de Maynard foi publicada pela Assírio & Alvim. De destacar que, recentemente, foi publicada uma história mais curta, Blackpot, passada no mesmo mundo que se centra na organização de assassinos.

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