As Águias de Roma levam-nos ao Império Romano, ao reinado de Augusto, o fundador do Império Romano (após a queda da República) e o primeiro imperador. Nesta época o Império encontrava-se em expansão, conquistando os territórios europeus. De forma a garantir o estabelecimento de relações mais duradoiras e adopção dos costumes romanos nos conquistados, existia, à época, a prática de distribuir príncipes bárbaros por importantes famílias romanas. Aqui, como ilustres convidados, eram educados como romanos.

Ermanamer é um destes príncipes que se vê atirado para o meio de uma família romana. Mas a sua recepção não é totalmente pacífica – o filho antipatiza automaticamente com este jovem bárbaro, talvez porque ele próprio tem, nas suas veias, sangue bárbaro. Até ao dia em que rivalidade se transforma em profunda amizade.

Enquanto desenvolve o relacionamento entre os dois rapazes a narrativa explora o enquadramento histórico em que a narrativa decorre: o relacionamento entre romanos e bárbaros, o tratamento dos escravos, o papel das mulheres como objecto de troca em parcerias políticas ou a educação de um verdadeiro romano. Mas estes pontos históricos são explorados dentro da narrativa.

As Águias de Roma apresenta uma boa caracterização de personagens, usando quer comentários, quer expressões, posturas e acções. O relacionamento desenvolve-se de forma coerente mostrando a picardia entre os dois rapazes e, depois a parceria que se estabelece. Os episódios de acção intercalam momentos mais pausados, resultando numa história equilibrada, mas suficientemente ritmada.

Este primeiro volume fornece uma boa introdução à série, mostrando quer o contexto quer as personagens. Sem ser uma série excelente, interessou-me o suficiente para pensar em ler os restantes.

Esta série é publicada em Portugal pela Asa.