Conhecido por jogos com poliominós como Patchwork ou euros pesados como Agrícola, Uwe Rosenberg lançou mais recentemente (2019) um novo tipo de abstracto que se destaca quer no visual, quer nas mecânicas de construção de padrões. Existem, no entanto, semelhanças com outros jogos do autor.
Enquadramento temático
Como outros jogos abstractos, o tema em Nova Luna é mais visual do que um enquadramento lógico do que se faz ao longo do jogo. Neste caso, apresenta-se com uma Lua que circula ao longo das suas fases e que serve de marcador para as próximas peças disponíveis.

O jogo
O objectivo do jogo é cumprir 20 objectivos antes dos restantes jogadores. O primeiro a consegui-lo ganha imediatamente o jogo. Estes 20 objectivos estão disponíveis nas peças que os jogadores vão obtendo ao longo das jogadas, sendo que as peças de valor mais alto possuem mais objectivos de mais fácil concretização. Já as peças de valor mais baixo, possuem menos objectivos e de maior dificuldade.
Cada peça tem uma determinada cor, bem como objetivos em relação à proximidade da peça em relação a outras peças ou grupos de peças de determinadas cores. Esta proximidade deve ser analisada ortogonalmente, e a própria peça não é contada para a concretização dos seus objectivos. Para mais detalhes sobre a forma como se cumprem os objectivos, podem consultar os vários exemplos do livro de regras.
Mas como se obtém peças e como é pago o seu custo? Bem, o jogador que se encontrar mais atrasado na progressão ao longo do círculo é o próximo jogador a escolher uma peça, podendo escolher uma das três peças que se encontram à frente da lua. Caso dois jogadores se encontrem na mesma posição, jogará aquele que se encontrar no topo.
Cada peça tem um custo e a sua obtenção determina a progressão da peça de jogador consoante esse custo – aquando da obtenção de uma peça de valor 4, a peça do jogador vai progredir quatro casas. Este mecanismo de progressão consoante as peças obtidas é algo semelhante ao do Patchwork, ainda que, no caso de Nova Luna, o caminho ao longo do qual o jogador progride seja um caminho circular e, por isso, infinito. Esta forma de escolher o próximo jogador funciona como forma de equilibrar as possibilidades de todos os jogadores. Já as peças, não sendo infinitas, vão sendo repostas ao longo do jogo.


Componentes
Os componentes são simples, mas eficazes e visualmente agradável. A lua, em cartão, é montada num suporte (também em cartão) que é resistente. Os marcadores de cada jogador (que servem para a progressão no tabuleiro, ou marcar os objectivos concluídos) são de madeira, em 4 cores diferentes. As peças com os objectivos são de quatro cores. Os símbolos são, também, simples mas competentes, não havendo lugar a diferentes interpretações.

Experiência de jogo
Nova Luna é uma corrida sob a forma de puzzle. Cada jogador está a tentar concretizar objectivos o mais rapidamente possível, sendo que estes objectivos não são conhecidos no início, mas vão sendo acrescentados consoante se adicionam peças à área de jogo de cada jogador.
De forma a se concretizarem os 20 objectivos primeiro do que os restantes jogadores, devem fazer-se escolhas: dado que a proximidade das peças tem de ser ortogonal, o jogador deve favorecer algumas combinações em detrimento de outras. Por outro lado, o jogador tem de ter cuidado na obtenção de peças de elevado valor – ainda que forneçam objectivos mais fáceis, levam à maior progressão no circuito.
Como tinha referido anteriormente, tal como em Patchwork, a ordem de jogo é determinada pela progressão. Significa, portanto, que, quando se obtêm peças de maior valor, pode-se ficar algum tempo sem jogar, principalmente num jogo a quatro. Este é, para mim, o ponto menos positivo do jogo. Por outro lado, esta forma de determinar a ordem de jogar pode permitir realizar duas jogadas de seguida, podendo ser um factor decisivo para a vitória final.
De resto, é um jogo relativamente rápido e de jogadas fáceis, ainda que, nem sempre de decisão imediata. A conclusão dos objectivos é, no entanto, um dos elementos mais difíceis de apanhar, sendo que normalmente, os jogadores precisam de um segundo jogo para conseguirem perceber a progressão do jogo.

Conclusão
Nova Luna é um jogo abstracto para, até, quatro jogadores. É fluído e visualmente agradável. Dado o tempo de jogo e a relativa simplicidade nas regras, é dos jogos que mais levamos à mesa, tornando-se numa prenda recorrente para jogadores pouco experientes. Para quem gosta de jogos abstractos é uma boa opção para o número de jogadores.
