
Adaptação de um romance de Javier Sierra, escritor espanhol que se dedica a romances históricos, este livro prometia apresentar-nos o enigma da pirâmide de Giza associando-o ao general Napoleão Bonaparte.
A história
Napoleão Bonaparte é um jovem general que ascende mais rapidamente do que a sua proveniência familiar deveria permitir. Esta ascensão provoca admiração e inveja, levando-o a ser um homem distinto no contexto militar. Mas cedo se aproximam dele algumas personagens com supostos poderes visionários, que lhe indicarão um mapa astral auspicioso de grandes feitos.
De campanha em campanha, de batalha em batalha, Napoleão continua a ascender, enquanto é envolvido em teorias de poderes sobrenaturais, que lhe poderão conferir a imortalidade. Assim acaba na Pirâmide de Giza.



Crítica
Não li a história original, por isso desconheço se os detalhes se deverão à adaptação ou à narrativa de Javier Sierra. A narrativa pareceu-me pouco envolvente, quebrada por saltos cronológicos que até poderão fazer sentido para apresentar os episódios mais importantes de Napoleão, mas que, no meu entender falharam na caracterização das personagens principais.
De várias formas este volume me recordou Os Cavalheiros de Heliópolis de Jodorowsky que, permitindo-se várias liberdades narrativas em relação à realidade (e fixando-se noutra pessoa que não o Napoleão), consegue exceder este La Pirâmide Inmortal em cativar o leitor e em caracterizar as personagens. Os diálogos neste pouco trazem de novo, trazendo pouco entusiasmo e demonstrando muito pouco sobre as figuras.
Existe, também, uma estranha distribuição entre páginas e acontecimentos (e consequentemente de velocidade de leitura). As primeiras páginas encontram-se sobrecarregadas de acontecimentos e informação, enquanto que as últimas são mais relaxadas e decorrem várias páginas num único acontecimento.
Por outro lado, o visual também deixa muito a desejar com a comparação. O desenho de Jérémy em Os Cavalheiros de Heliópolis é muito luminoso e detalhado. O de La Pirámide Inmortal não é mau, mas tem problemas na planificação de página (demasiados quadrados por página), algumas imperfeições nas posturas e feições e, a par com o texto, alguma falta de movimento e dinamismo.



Conclusão
La Pirámide Inmortal não é mau. Mas também não é muito bom. Talvez sem a leitura do livro de Jodorowsky tivesse gostado um pouco mais, mas ainda assim, acho que notaria a falta de envolvimento em relação às personagens.
