Podem ler-se nos jornais notícias sobre o aumento do investimento na ciência. Ouve-se falar de novas parcerias, novas instituições, novos ramos de investigação. Ouve-se, le-se. Ver é mais difícil. Infelizmente a maioria das posições parecem ser mais para dar a sensação de um avanço. Novos institutos, novos fundos ou novas parcerias. É tudo muito bonito. Pergunto-me, e então o que já existe?

Aumentam os fundos, sim senhora, mas com o desviar do orçamento para novos projectos (sonantes sem dúvida) baixa muitas vezes o investimento nos laboratórios que se encontram já a produzir resultados.

Se alturas houve já em que abriam anualmente dois concursos por ano para bolsas de doutoramento, o único do ano passado abriu tarde, prolongou-se para além do esperado, e os resultados saíram falhando mais uma vez as datas previstas (para além da barracada que houve em torno das listagens). O resultado dos recursos, por sua vez, só agora começa a ser conhecido. Nisto, esperou-se uma eternidade e em que situação ficam os investigadores que não têm outro modo de sustento? Isto só falando nas bolsas. Avaliação de projectos, essa então… é melhor nem escrever mais nada.

Na realidade, não temos muitos cientistas portugueses. Diria que estamos abaixo da média europeia (esse monstro comparativo que nos assombra). A andar assim não teremos muitos mais. Não sei porquê.