Sebastiano Procolo, coronel rígido, cuja saída do exército foi comemorada pelos subordinados, herda um terreno onde se encontra um bosque velho. De temperamento caústico, a sua chegada desestabiliza a harmonia quotidiana ao decidir abater as árvores para rentabilizar a herança. Mas à vida das árvores está ligada a existência dos génios que nelas habitam. Simultaneamente, Procolo, cogita planos para matar sobrinho, dono do restante bosque, e liberta o vento aprisionado, para obter um aliado.
De personalidade implacável e casmurra, Procolo envereda por caminhos dissimulados, perdendo, com a mesquinhez dos seus actos, a dignidade. Para além de Procolo, é o vento que, apesar de simples, se torna uma personagem interessante. Não necessariamente mau, mas gabarolas e convencido, é o lacaio de Procolo, executor das suas decisões, que nas horas vagas compõe belíssimos concertos utilizando o bosque como instrumento.
A magia advém não só dos vários elementos naturais personificados, mas também dos génios e dos relatos sobre a floresta, pequenos pormenores que dão vida à história. No entanto, está longe de ser um livro alegre ou despreocupado – com o lado inocente representado pelas crianças que se confronta com a implacável malícia humana; e os elementos naturais parecem fazer a ponte entre os dois extremos, espectadores que, embora pouco passivos, assistem a alguns acontecimentos de mãos atadas.
Apesar de concisa, cada momento na história se desenvolve no tempo certo, sem pressas, e em ritmo constante. Sem uma complicação desnecessária da linguagem, mas bem escrito, adorei. No entanto, há livros, como este, em que é impossível explicar totalmente o que nos marcou. Só lendo.
Muito jeitinho
este livro têm mais ou menos quantas paginas????
respondam-me sefaz favor…