Em continuação dos anos anteriores (2007 e 2006), e porque adoro listas (Best of, To Read Before You Die … and so on) aqui ficam aqueles que considerei como as melhores leituras de 2008 (por nenhuma ordem especial):
– Abarat, Cliver Barker
– Blood Music, Greg Bear
– The Etched City, K J Bishop
– El libro de los seres imaginarios, Jorge Luís Borges
– Se numa noite de Inverno um viajante, Italo Calvino
– O Labirinto, Panos Karnesis
– River of Gods, Ian McDonald
– The Throne of Bones, Brian McNaughton
– Altered Carbon, Richard Morgan
– Kalpa Imperial, Angelica Gorodisher
– Animal Farm, George Orwell
– Pequenos Mistérios, Bruce Holland Rogers
– Air, or Have not Have, Geoff Ryman
– O Último Anel, Kiril Yeskov
Destes, destacaria Se Numa Noite de Inverno Um Viajante (Italo Calvino), River of Gods (Ian McDonald), Altered Carbon (Richard Morgan) e Animal Farm (George Orwell).
O primeiro tinha sido uma leitura por várias vezes adiada e finalmente concretizada. No final, manteve-se à altura das elevadas expectativas. Italo Calvino dedica-se a fazer mais do que contar uma história, apresentando-nos uma série de livros, alguns escritos, outros falsos, outros por escrever que constituem um todo. Uma leitura fascinante.
Animal Farm era, também, um daqueles livros que há muito pretendia ler. Revelou-se melhor que 1984, uma fábula contada através de olhos inocentes que, ainda assim, consegue dar a conhecer, ao leitor, uma realidade menos feliz.
River of Gods e Altered Carbon revelaram-se dois dos melhores livros de Ficção Científica de sempre. River of Gods distingue-se por decorrer num país terceiro mundista, Índia, o que lhe dá um ambiente distinto de outros livros do género. De realçar, igualmente, o entrelaçar da história das várias personagens – algo que, quando bem trabalhado, costuma ter bons resultados.
Altered Carbon foi uma boa surpresa. Dentro do género Cyberpunk, decorre num futuro em que os humanos podem trocar de corpo, melhorar o que já possuem ou viver para sempre. A história é movimentada e cativante. Talvez este tenha sido o grande culpado por não ter apreciado, posteriormente, Neuromancer de Gibson.
Mas este foi também, um ano de contos, destacando-se:
– Pump Six, Paolo Bacigalupi (Fantasy & Science Fiction Magazine)
– Two hearts, Peter Beagle (Fantasy – The Best of 2006)
– Yoo Retoont, Sneogg Ay Noo, Mark S. Huberath ( The SFWA European All of Fame)
– Vertummte Musik, W. J. Maryson ( The SFWA European All of Fame)
– Urchin’s While Sleeping, Catherynne M. Valente (Realms: The Annual Clarkesworld Anthology)
– The Third Bear, Jeff Vandermeer (Realms: The Annual Clarkesworld Anthology)
Pump Six é um conto arrepiante que retrata uma sociedade futura, cujos mecanismos foram feitos para durar vários anos e onde já ninguém sabe como arranjar seja o que for. Ninguém se preocupa. Por outro lado, a população excede o óptimo e o saneamento há muito é deficiente. Os humanos são cada vez menos inteligentes e parecem regredir.
Dos restantes contos já falei quando comentei as respectivas antologias:
– Two Hearts e The Third Bear são duas histórias que relembram as tradicionais lendas populares. Histórias de monstros que atormentam as populações e que deverão ser eliminados. Têm, no entanto, desfechos bastante diferentes.
– Urchin’s While Sleeping, por sua vez, é um conto melancólico e fantástico
– Yoo Retoont, Sneogg Ay Noo, uma história triste, mostra-nos um mundo pós-apocalíptico de seres humanos defeituosos devido às elevadas radiações
– Vertummte Musik, outra história triste, mistura o fantástico com a ficção científica, numa sociedade distópica da qual um casal pretende escapar.
Dos vários livros que cá esperam por ser lidos, espero conseguir ler, em 2009:
– Perdido Street Station – China Mieville
– The Fourth Circle – Zoran Zivkovic
– Only Revolutions – Mark Z. Danielewski
– The Lies of Locke Lamora – Scott Lynch
– In the cities of coin and spice – Catherynne M. Valente
– As cruzadas vistas pelos árabes – Amin Maalouf