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Autor bastante conceituado no mundo do Horror e vencedor de vários prémios pela ficção literária que tem produzido, Tim Lebbon é um nome que cria grandes expectativas no género. Quando vi este volume, a 50 cêntimos na Eurocon (cortesia da Livraria Gigamesh) não pensei duas vezes e nesse mesmo dia li-o na viagem.

O que encontrei é uma boa história que usa terrores mundanos para iniciar a narrativa e alguns elementos sobrenaturais para a desenvolver, mas num seguimento que achei algo previsível. Ainda que, nalguns casos, o ser previsível faça parte do horror, em The Thief of Broken Toys não achei que tivesse funcionado bem.

O livro começa com o sentimento de perda de um filho. Após a morte da criança os pais separaram-se e parecem incapazes de avançar. Ainda mais estagnado está o pai que, permanecendo na mesma casa onde viviam como família, visualiza os brinquedos partidos que tinha prometido arranjar um dia, mas para os quais nunca arranjou tempo suficiente.

Um dia, durante as deambulações que realiza perto dos penhascos, encontra um velhote que lhe rouba um dos brinquedos estragados – apenas para o devolver arranjado. Brinquedo após brinquedo o homem vai curando a dor da perda e aceitando-a. Mas, como seria de prever, o arranjo tem um preço e quer aceite, quer não, as consequências serão pesadas.

Interessante do ponto de vista narrativo e da forma como explora a dor da perda para criar temor, desembaraçou-se de forma demasiado abrupta da história quebrando o momento de expectativa num episódio que não corresponde ao ritmo apresentado até esse ponto.