Desconhecia este projecto até o ter visto à venda no Amadora BD. Peguei-lhe por curiosidade, mas comprei-o pela qualidade do desenho – a preto e branco, mas usando texturas para dar toda a “cor” necessária. Já em casa, o que encontrei foi uma parte de um Universo maior, com traços apocalípticos e elementos míticos, um mundo sobre o qual pretendo ler um pouco mais (e pela campanha do Indiegogo do autor, poderei).
Um homem deambula num mundo onde se denotam os restos de uma civilização perdida (com monumentos e outros elementos em visível corrupção) e se encontram, constantemente, monstros com componentes humanos – como aves de cabeça humana. Monstros predadores com uma aparente humanidade que vão sendo repudiados pelo homem e pela força das suas armas.
A deambulação do herói termina numa casa aparentemente acolhedora. Uma casa onde restabelece forças, e onde encontra outros que o acolhem, mas que esconde um forte segredo e de onde terá de fugir para ganhar nova perspectiva.
Andromeda tem força, sobretudo, na compomente visual – não só pela qualidade do desenho, mas pela projecção de página, que consegue transmitir, sem palavras, introspecção e acção. A componente narrativa é menos simples do que parece numa primeira passagem, sem palavras, mostrando alguém que deambula naquele mundo corrompido e capaz de corromper.
Andromeda é uma edição de autor de Zé Burnay, que pretende, agora, publicar outras histórias deste mundo num formato de melhor qualidade, estando, para isso, em curso uma campanha de financiamento na Indiegogo.
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