O primeiro volume de Harrow County apresentou uma história de terror que aproveitou elementos clássicos e mais primordiais do terror, mostrando um ambiente rural e bruxas mais clássicas, bruxas que fazem pequenos favores à população local mas que nunca deixam de ser vistas com receio.

Assim se explica que a bruxa local acaba por ser linchada, mas quando está para morrer deixa um legado – da árvore onde a suspendem nasce uma criança que é criada como humana. É na adolescência que esta criança descobre ser algo mais, com poderes para controlar monstros que a seguem – alguns com menos malícia do que seria de supor.

Depois de controlar os seus poderes e de se desmarcar da presença malévola da bruxa que lhe deu origem, a rapariga descobre, neste segundo volume que tem uma irmã gémea. Esta irmã terá crescido na cidade, com menos amor e carinho, demonstrando-se mais sofisticada, mas também mas perigosa.

Enquanto se habitua à nova presença, simultaneamente familiar e estranha, apercebe-se que algo muda à sua volta e na forma como se relaciona com os monstros – alguém está a criar uma revolta e a reunir poderes contrários aos seus.

O segundo volume mantém o tom negro do primeiro, num ambiente semelhante. Por esse motivo os elementos que voltamos a encontrar não têm o mesmo impacto e a rapariga parece cada vez mais humana, eticamente preocupada com a correcta utilização das suas capacidades. Ainda que as primeiras cenas transpareçam esta evolução ética, o confronto com uma entidade que se preocupa apenas com o poder aumenta esta percepção.

Tal como o primeiro, este segundo possui uma história estanque que consegue ser lida isoladamente. A série está a ser publicada em Portugal pela G Floy.