Divertido e movimentado, mas carregado de clichés, este primeiro volume de Rat Queens apresenta-nos uma cidade farta dos mercenários. Sim, a sua existência dá jeito, de vez em quando. Mas quando estão de folga são arruaceiros dando mau ambiente às ruas da cidade. É com vista a melhorar o comércio que se montam emboscadas aos grupos de mercenários dando-lhes missões que os levarão a enfrentar perigos imprevistos.
Um destes grupos denomina-se Rat Queens e é composto por mulheres das mais diversas raças fantásticas, cada uma com uma capacidade diferente o que permite que o grupo, no seu todo, funcione bem. Há quem seja capaz de magia, grandes pontapés ou de se esgueirar sorrateiramente para concretizar os roubos mais impossíveis. Apercebendo-se que as missões eram uma armadilha, os sobreviventes voltam à cidade e unem esforços para tentar desmascarar a origem dos pedidos.
Apesar de não ter achado a história excepcional, é refrescante ter um livro de fantasia focado quase exclusivamente em personagens femininas – personagens que se mostram variadas, fortes e capazes, mas expressando também sentimentos e pensamentos.
Rat Queens é uma história movimentada, carregada de episódios de acção, onde ocorrem as mais absurdas batalhas. É possível que alguém seja esmagado sem aviso prévio e que o adversário caia ao ser eliminado pela menos provável das guerreiras. Há lugar para amores e desamores (sem tomarem o lugar central da narrativa), planos loucos e trocas divertidas de palavras para aligeirar o ambiente. A narrativa tem algumas conversas um pouco mais adultas, mas, no meu entendimento, é uma leitura própria para adolescentes.
O resultado é uma leitura agradável e divertida que me levará a adquirir o próximo volume. Os desenhos são competentes, dando especial destaque às expressões e às cenas de batalha (com fundos difusos ou inexistentes) e o ambiente é relaxado, com alguns elementos absurdos – sem excesso, só o suficiente para tornar a leitura mais fluída.