Conceito simples, narrativa fácil, leitura rápida e agradável – assim é The Midnight Library, um dos mais recentes livros de Matt Haig, conhecido no mercado português por Os Humanos e Como Parar o Tempo (ambos publicados pela TOPSELLER). Este já tem publicação anunciada para 2020 (na página de facebook oficial da editora)!

A História

Em The Midnight Library acompanhamos Nora Seed, uma mulher de trinta, quase quarenta anos que se vê desempregada, sem amigos e sem relacionamentos familiares. Afundada em arrependimentos, Nora Seed decide morrer. Do outro lado não a espera, imediatamente, a morte, mas uma biblioteca infindável que contém todas as possibilidades da sua vida.

E se…. E se não tivesse cancelado o noivado, seguindo o noivo na concretização do seu sonho de ter um bar? E se tivesse seguido a melhor amiga, mudando-se para a Austrália? E se o seu gato não tivesse fugido e sido atropelado por um carro? O livro de arrependimentos de Nora Seed é grande e pesado, levando-a a estar bloqueada na vida e a não conseguir ver nada de positivo na sua vida.

De vida em vida, de possibilidade em possibilidade, Nora Seed vai explorando as várias vidas que poderia ter tido, algumas mais confortáveis do que outras, algumas fantásticas mas demasiado exigentes, outras com entes queridos ainda vivos, outras noutras terras.

A Narrativa

A premissa de The Midnight Library é simples, derivando da possibilidade de realidades paralelas em que todas as decisões poderiam originar uma vida diferente. Neste caso, estas vidas ficam acessíveis em caso de profunda desilusão e arrependimento. A história não explora as possibilidades científicas, mas a desconstrução de decisões de vida.

Os primeiros capítulos começam com uma contagem decrescente, apresentando o tempo que falta para Nora decidir morrer – “dezanove anos antes de Nora decidir morrer”, “dez horas antes de Nora decidir morrer”. Após o aparecimento da biblioteca da meia noite, esta estrutura inicial desaparece, e Nora passa a explorar as várias vidas possíveis.

A escrita é leve e rápida. Apesar de não ter momentos de elevada movimentação, a narrativa escorre, sempre de acção em acção, alternando com os breves pensamentos da personagem principal, até porque a história é totalmente contada pela perspectiva de Nora. Matt Haig desenvolve esta linha de forma simples e directa,

Conclusão

The Midnight Library usa uma premissa científica para extrapolar a história, mas as teorias científicas não estão na base da sua narrativa, servindo de mecanismo para justificar a história. A premissa é explorada de forma simples e imediata, sem deambulações científicas, pelo que esta vertente poderá não agradar a todos os fãs do género de ficção científica.

A leitura é leve e agradável. Tal como noutras obras do autor, existem algumas tiradas ligeiramente cómicas e episódios mais afectuosos. É sobretudo, uma história sobre a vida, as decisões que se tomam e o arrependimento desnecessário que se acumula. É portanto, uma leitura aconselhável para quem procura uma leitura com fluidez e que deixe uma sensação agradável no final.

The Midnight Library vai ser publicado em Portugal pela TOPSELLER.