173 – Criaturas Míticas de España – Vários autores – Eis um bestiário da região de Espanha que me recorda um publicado para Portugal. Em termos de conteúdo é escasso, dedicando duas páginas a cada criatura, onde apresenta, numa, uma breve descrição, e na outra um desenho. O maior espaço é ocupado por um texto que pretende reflectir a fala da criatura, sendo que na maioria das vezes, este texto não possui grande introdução. É um livro de conteúdo mais juvenil, que pode ser usado como introdutório;
174 – Escorram-me, lágrimas, disse o polícia – Philip K. Dick – Eis, finalmente, um livro de Phlip K. Dick publicado pela Relógio d’água que não me recordo de ler. O livro não é propriamente futurista ou tecnológico, ainda que se centre num homem que parece ter ido parar a uma realidade em que não existe. Sem documentos, sem reconhecimento dos amigos ou até supostos conhecidos, este homem procura reerguer-se, deparando-se com uma série de personagens psicologicamente afectadas ou desadequadas, ou decadentes (derivado do consumo de substâncias ou da incessante busca pela juventude, física ou emocional).
175 – Há quem queira que a luz se apague – Mário Freitas, Derradé e Beatriz Duarte – Este pequeno livro lançado pela Kingpinbooks é uma paródia, contendo várias referências que serão melhor percebidas por quem conhece os autores e, até, os visados. Derradé e Álvaro são dois dos poucos autores de banda desenhada de humor em Portugal que publicam com alguma frequência. Aqui, na ficção, Derradé é o resistente, numa distopia de imposta seriedade;
176 – The Department of Truth – Vol. 1 – James Tynion V, Martin Simmonds – Este volume deluxe introduz-nos numa nova série de banda desenhada de James Tynion (do qual li , Something is Killing the Children). De várias formas me recorda a série de Matt Kindt, Mind MNGT, onde as teorias da conspiração são usadas por entidades secretas para manipular e reconstruir a realidade. Neste caso, em The Department of Truth, esta reconstrução assume contornos mais palpáveis, numa narrativa depressiva, quase psicótica. Curioso, que há um elemento bastante forte em comum com Something is Killing the Children – e se a realidade se transformasse pela força da imaginação?