341 – O Castelo dos Animais – Vol. 4 – Delep e Dorrison – Final soberbo para uma série extraordinária! E se após o escorraçar dos porcos do Animal Farm, um novo regime déspota tivesse sido instituído pelo boi? Qual o preço a pagar para manter os humanos fora de portas? Neste regime encontramos todos os mecanismos de instalação e manutenção de uma ditadura, desde o medo da ameaça física ao medo hipotético de um inimigo distante, à manipulação e à mentira. A narrativa usa animais para representar os diferentes aspectos de uma sociedade onde todos são mantidos em cativeiro sob a aura de uma falsa liberdade. A série destaca-se pela qualidade visual e narrativa, com o desenvolvimento de personagens e criação de empatia, demonstrando que existem valores mais altos que se elevam mesmo nas piores circunstâncias. Ainda que existam alguns que parecem ter memórias curtas, e que cedem aos discursos empáticos carregados de promessas vãs demasiado optimistas;

342 – Ataque dos Titãs – Vol. 1 – Hajime Isayama – Série altamente recomendada e reconhecida que me interesso do ponto vista narrativo, mas que, visualmente me deixou de pé atrás. Os desenhos são toscos, por vezes excessivamente. Em termos de premissa, a história apresenta uma realidade onde alienígenas enormes comem humanos. De forma a sobreviver, a humanidade criou barreiras enormes que mantém os titãs longe, saindo destas barreiras para tentar combatê-los, mas com elevadas perdas. A relativa paz é quebrada quando surge um titã mais alto do que os restantes, capaz de esmagar as enormes barreiras;

343 – Ascendance of a bookworm – Vol. 2 – Suzuka, Kazuki – A história progride demonstrando como a jovem que encarnou no corpo de uma criança, continua a desenvolver mecanismos para recuperar livros e a permanência da palavra escrita. Ainda que existam livros naquela sociedade, o baixo estatuto da família não lhe permita aceder a tais objectos, procurando desta forma criar papel ou placas de cerâmicas – iniciativas que terão consequências explosivas;

344 – Um Homem em declínio – Usumaru Furuya – Um jovem de elevadas posses vive tentando apresentar uma personna que seja agradável para os que o rodeia. É bem sucedido, mas deve apresentar humildade e até alguma fraqueza para ser agradável aos que o rodeia, desenvolvendo uma personalidade que poderia ser a de um palhaço. No entanto, este percurso leva-o para caminhos progressivamente mais destrutivos, sendo capaz de se safar das situações mais difíceis pela apresentação da personalidade agradável na sociedade onde se encontra. Há, claro, elementos que suscitam curiosidade e que podem estar na origem de tudo isto – como a inexistência de relações familiares que o ajudem a sentir-se realmente aceite e nas quais possa contar para ultrapassar as deambulações psicológicas;

345 – A menina que veio do outro lado – Vol. 11 – Siúil, a Rún e Nagabe – Ainda que a série tenha começado com um tom formidável, simultaneamente sombrio, delicado e envolvente, prossegue por caminhos estranhos, cruzando episódios altamente surreais e exotéricos, com episódios muito humanos. O resultado não me é totalmente conciliável, ou seja, há momentos que adoro e outros que nem por isso. Diria que a série tem bons momentos, mas não consigo adorar este final e estas consequências;

346 – Sinais de afecto – Vol. 4 Suu Morishita – A série continua no tom cândido desenvolvendo um relacionamento que se estabelece entre duas personagens bastante diferentes – uma jovem japonesa surda, e um jovem ocidental com hábitos bastante diferentes. Ainda assim, conseguem entender-se e progredir de forma agradável, quebrando pressupostos.