The Atrocity Exhibition é uma das obras mais controversas de J. G. Ballard, um dos mais conhecidos escritores ingleses de Ficção Científica. Recentemente falecido, resolvi-me a adquirir algumas das suas obras e talvez tenha começado a ler pelo livro errado.

The Atrocity Exhibition é um conjunto experimental de pequenas histórias, cujas partes possuem títulos como Why I Want to Fuck Ronald Reagan ou Love and Napalm: Export USA, e cuja premissa de um conto terá sido aproveitada e expandida para escrever Crash, um dos livros mais conhecidos do autor.

Experimental talvez seja realmente a melhor palavra que define The Atrocity Exhibition, um livro composto por vários fragmentos de histórias, algumas que se intercalam, sem ordem nem sequência lógica, outras que permanecem isoladas e quase descontextualizadas. Estes fragmentos reflectem, por vezes, a mente de um médico demente, que encena, vezes sem conta, a morte de figuras públicas ou pessoas mais próximas, talvez para lhes dar algum sentido.

Entre esses pedaços de histórias, lemos a ideia que supostamente irá dar ideia a Crash – a sensualidade de um desastre de automável, o acto simbólico do coito num embate de metal, a transposição da derradeira barreira que afasta dois amantes.

No final, vi-me a acelerar a leitura, não por estar ciosa pelo final (que na realidade não existe neste conjunto pouco coeso de pedaços), mas porque não apreciei este género de escrita ou disposição de pensamentos. Decididamente, não me captou e nada tem a ver com as atrocidades descritas que me passaram ao lado, friamente, sem acordar qualquer sentimento relevante. Talvez não seja o meu género de livro.

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