Umbrella Academy é uma daquelas séries carregadas de detalhes dementes que reúne um conjunto peculiar de personagens, cada uma com taras e manias mais estranhas do que a outra. Se, no primeiro volume nos é dada a conhecer a origem de uma série de seres sobre-humanos com grandes poderes que acabam por lutar com um seu semelhante, neste segundo volume mantêm-se a combinação demente mas num tom mais depressivo e pessimista.
Perseguido por vários agentes especiais do tempo, Número cinco é o perpetuador de uma série de massacres minuciosamente elaborados. Procurado pelos próprios irmãos, teme apenas dois agentes psicopatas sem escrúpulos, com um gosto especial por doces e torturas. De preferência em simultâneo.
A família que já se tinha mostrado disfuncional no primeiro volume, separa-se ainda mais com a morte de Pogo, e cada membro se afunda ainda mais nos seus vícios e depressões pessoais, factor que torna a história deste volume mais negra e menos equilibrada.
Enquanto que, no primeiro, existiam alguns episódios mais relaxados e divertidos que quebravam este cenário decadente, a sua quase inexistência neste segundo torna a demência ainda mais pesada e deprimente.
Mantendo o bom impacto visual e figuras que denotam algumas características exageradas, qual caricaturas, este segundo volume continua a apresentar episódios carregados de acção e elementos pouco usuais, entre a originalidade e a loucura, que são, sem dúvida o ponto forte desta série.
Apesar de apresentar uma história menos equilibrada neste segundo volume, o cruzamento dos elementos de ficção científica e fantástico, com viagens instantâneas no espaço e no tempo e personagens muito peculiares, resultam numa sucessão psicologicamente pouco saudável mas prazerosa e estimulante de episódios pouco previsíveis. Para quem gosta simplesmente de perder a cabeça, eis uma história muito indicada. Em Portugal Umbrella Academy foi publicada pela Editora Devir.
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