Sei que já o disse anteriormente, mas não me canso de o repetir – a qualidade da edição portuguesa dá outra força à história desta série. É que a edição original da Vertigo é feita em papel fraco que quase parece de jornal, ficando com cores esbatidas. Neste caso, não é só a capa que é bastante superior, mas também o conteúdo com folhas mais grossas permitindo ao desenho brilhar e ser melhor percepcionado.

Neste volume a equipa começa uma nova demanda – o único homem sobrevivente, Yorick, desloca-se com a cientista e a sua guarda-costas num barco, em busca do animal de estimação, um macaco que poderá ser a chave para a sobrevivência da espécie humana. A presença de Yorick a bordo é rapidamente descoberta e assim é levado à capitã, uma mulher dura e destemida que tem muito a esconder da verdadeira ocupação do barco e respectiva tripulação.

Y: O último homem é uma série apocalíptica – com o colapsar, em simultâneo, de todos os homens do planeta (ou quase todos) a humanidade está em perigo de extinção. Com a morte dos homens a sociedade colapsou, principalmente nos países em que a existência das mulheres estava restrita à casa.

Não é, também, de estranhar, as várias seitas religiosas ou grupos fanáticos que surgiram – o aceitar do evento catastrófico é enlouquecedor, e muitas mulheres refugiam-se mentalmente em crenças fechadas sobrecarregadas pela culpa dos seus pecados, enquanto outras vêm o fim do patriarcado e tentam converter todas as restantes a um grupo de mulheres guerreiras, as amazonas.

A banda desenhada vai explorando todos estes possíveis efeitos na sociedade em extinção, enquanto confronta os hábitos antigos com os novos. Com o avançar da história promete-se explorar outras zonas geográficas para além dos Estados Unidos da América, perspectiva que começou a ser apresentada neste sexto volume.

A série Y: O último homem foi publicada até ao sexto volume pela Levoir em parceria com o jornal Público. A publicação dos restantes volumes está prevista mas não agendada.

Outros livros dos autores