Depois de uma explicação do conceito por detrás de Winepunk e de uma cronologia bem pensada, a antologia abre com um conto de Joel Puga denominado A Companhia Zero. Estruturado sob a forma de cartas, este conto apresenta a visão de um soldado nas trincheiras que escreve à namorada relatando a baixa condição física e psicológica dos seus colegas, bem como as apertadas instalações em que se encontram, impossíveis de manter e de os ajudar a defender a linha de combate.
Carregado de ilustrações alusivas a uma guerra das trincheiras no Norte de Portugal, este conto consegue transmitir o ponto de vista claustrofóbico e afunilado de um soldado que não tem qualquer perspectiva sobre os acontecimentos e que é, literalmente, carne para canhão. Juntamente com os seus camaradas de trincheira, o soldado é mais um que está num destacamente frágil que poderá ser sacrificado, sem grandes considerações, pelas mais altas patentes.
A Companhia Zero apresenta-se com um bom ritmo e envolvente, marcando o tom da época. Trata-se, como seria de esperar, de um conto com algumas alusões ao tipo de confronto bélico da época, mas que acrescenta alguns elementos de ficção científica.
A antologia encontra-se disponível na Editorial Divergência.