O segundo conto desta antologia é de Carlos Silva, o autor de ficção científica e fantástico que venceu o prémio Imaginauta com o livro Anjos, e que tem participado em várias antologias portuguesas. Aproveitando uma das figuras mais emblemáticas ao Vinho do Porto (a Dona Antónia Adelaide Ferreira que era detentora de dezenas de quintas na região do Douro) Carlos Silva confere-lhe uma aura sobrenatural associada ao próprio Vinho do Porto.
Mulher independente e destemida, gera ira ao recusar um pretendente (ou não achassem sempre os homens que nunca podem ser recusados). Esta ira dá lugar a despeito e a traição, levando a um confronto no ar e à tentativa de acabar com as enormes plantações.
Imaginativo, carregado de elementos fantásticos, este conto aproveita várias referências históricas do Vinho do Porto mas cruza-as com circunstâncias ficiconais de cariz sobrenatural, aligeirando um pouco o tom pesado do conto anterior de Joel Puga, e fazendo de Dona Antónia uma figura marcante.
A antologia encontra-se disponível na Editorial Divergência.