Os Passageiros do Vento é outra daquelas séries francobelgas que anda na minha mira há alguns tempos. Finalmente adquiri os primeiros volumes em leilão, neste caso, numa edição de capa mole, lançada em Portugal pela Meribérica/Liber. O que encontrei foi uma série apimentada por sensualidade e violência, destacando-se o espírito indomável e desinibido da personagem principal.

Isa, a jovem que faz mover a narrativa, terá tido, outrora, outro nome – uma brincadeira na infância custa-lhe a identidade e, consequentemente, a vivência a que teria direito para se tornar uma influente dama. Se, antes da troca, as duas eram amigas inseparáveis, agora as razões que as mantém unidas são outras. Duramente educada por freiras, Isa é uma pessoa bastante diferente do que poderia ter sido.

A bordo do barco em que viajam, escondidas, o clima é de tensão. Um confronto aproxima-se. Isa pretende aproveitar-se desse momento para pôr em prática um plano de fuga. Para tal, disfarça-se como homem e cativa um ajudante desesperado.

Este primeiro volume de Os Passageiros do Vento apresenta uma personagem pouco típica para a época retratada. A troca de identidade, e a permanência nas freiras levaram-na a revoltar-se com o convencional e ao invés de acatar as novas normas sociais, desenvolve um espírito desinibido e manipulador.

A história é movimentada e alterna entre linhas temporais diferentes para nos dar um melhor entendimento da personagem. A forma como esta se desenvolve é pouco convencional, apesar do cliché que serve de base para a construção da personalidade – a troca de identidades.

Com este início curioso irei prosseguir pela leitura dos restantes, mas neste momento a minha opinião é dúbia – ainda não estou totalmente cativada, apesar de ter alguns elementos narrativos peculiares.