
Realm é mais uma das séries que iniciei recentemente que usa o espaço urbano como cenário apocalíptico, resultado de um acidente dimensional. Neste caso, a cidade encontra-se carregada de orcs que procuram alimentar-se de humanos. Entre dragões e outras criaturas mágicas, um grupo de humanos tenta atravessar a cidade, originando épicas batalhas onde se confronta a tecnologia com os poderes fantásticos.

Ainda que alterne entre diferentes personagens e facções, a narrativa centra-se, sobretudo, num homem que, tendo crescido num mundo semelhante ao nosso, agora se vê obrigado a sobreviver de pequenos biscates. A maioria destes pequenos trabalhos implica o transporte de alguém, servindo neste caso como guarda-costas.

Ao longo da história vamos percebendo que existem alguns mistérios por descobrir, tanto em relação à personagem principal, como em relação aos que vai encontrando e ao mundo que se nos depara. O autor não perde grande tempo com explicações ou apresentações, demonstrando uma boa capacidade para desenvolver uma narrativa de grande acção.

Ainda que não exista grande desenvolvimento de personagens, a forma como vão reagindo nas situações que se lhe são apresentadas permitem estabelecer alguma empatia e coerência, não existindo o sentimento (como noutras séries) de estarmos perante personagens de papel.

Do ponto de vista narrativo, Realm não é uma série excelente, mas é boa e lê-se sem sobressaltos de coerência. Assenta, sobretudo, numa boa sucessão de episódios de acção, o que, neste caso, funciona bem na integração do leitor. Visualmente mantém um bom nível de competência e momentos interessantes. Em suma, é uma série que provavelmente me vai levar ao segundo volume, ainda não me tenha deixado em pulgas para prosseguir.