Nas minhas pesquisas por novas séries Mangá surgiu-me esta, que pareceu destacar-se pelos detalhes do mundo fantástico. Efectivamente, nessa componente não desiludiu, apresentando-se um primeiro volume curioso mas envolvente. Já no segundo, as tensões resultam em vários episódios destrutivos que levaram a história por um rumo inesperado. Veremos o que os volumes seguintes nos trazem.
A história começa por nos apresentar uma comunidade que vive numa ilha flutuante que viaja. Nesta ilha a comunidade está separada por dois tipos de pessoas: a maioria com poderes mágicos mas com curta esperança de vida, e uma minoria sem poderes, mas com maior longevidade e responsáveis pela governação da ilha.



A perspectiva é a de Chakuro, um arquivista que se dedica a observar e registar os acontecimentos, focado com a perspectiva de manter a memória da comunidade e atormentado pela baixa longevidade dos membros da comunidade, que resultam em despedidas regulares em cerimónias comunitárias. É ele que começa por nos apresentar a comunidade, mas também por fazer antever acontecimentos mais negros.
A rotina da comunidade é quebrada quando descobrem uma ilha que resolvem explorar. Aqui encontram uma rapariga que precisa de ajuda e acolhem-na. Mas o que parecia um vulgar acto de auxílio revela-se o primeiro passo para serem expostos a uma sociedade distópica que os vê como párias e criminosos. O quotidiano simpático da comunidade (que ainda assim possui figuras rebeldes) transforma-se num cenário de guerra e horror.



Até agora a série destaca-se pela premissa do mundo, ainda que me tenha apelado mais a ideia de ilhas flutuantes do que de continentais vingativos e controladores. A ideia de existirem dois tipos de seres humanos também era interessante, ainda que a sociedade não tenha sido muito explorada até agora. A existência de um conflito tão intenso, tão perto do início transformou bastante o tom da narrativa, pelo que terei de explorar os próximos volumes para perceber o tom da série.
Nota final para os interessados – por indisponibilidade, adquiri o segundo volume em espanhol. Se puderem, sugiro a aquisição da edição inglesa. O tamanho da página da edição espanhola é muito menor e, apesar do papel ser de boa qualidade, não permite visualizar alguns dos detalhes fabulosos.

