Este foi o ano em que pude voltar a ler como me é usual, ou seja, mais do que meia dúzia de livros num ano inteiro e atingir uma média de dois livros por semana nos últimos meses do ano. Foi, também, o ano em que voltei ao Forúm Fantástico e o ano em que descobri as leituras digitais, mais fáceis de transportar em todo o lado – não que tenha, claro, abandonado o formato físico.
Aqui no blog foi um ano a meio gás, com bastantes publicações mas só a partir de Agosto, pelo que também as visualizações ficaram muito aquém: cerca de 14 000. Espero continuar em força este ano. Mesmo assim, li apenas 43 livros, mas como existem bastantes excelentes entre estes, resolvi avançar com o Best of do ano:
– Melhor antologia – Pump Six and other Stories de Paolo Bacigalupi – melhor ainda do que a colectânea – Lightspeed Magazine August 2012 ou Brave New Worlds. Ainda que estas duas tenham algumas das melhores histórias que já li, Pump Six apresenta uma estrutura mais coerente e uma média mais elevada na qualidade de todas as histórias.
– Melhor história curta – The Lottery de Shirley Jackson – escrita em 1948 é uma história distópica que se vai revelando lentamente e criando expectativa no leitor. Apesar de já terem decorrido quase 70 anos não é caracterizada pelo tempo em que foi escrita.
– Melhor Novela Gráfica – The Sleeper and The Spindle de Neil Gaiman – apesar de não ser uma banda desenhada no formato tradicional, destacou-se pelo tom melancólico como transforma dois contos de fadas tradicionais e reverte o papel de princesa passiva que aguarda um príncipe de armadura brilhante e bravura desmedida.
– Melhor ficção científica – Station Eleven de Emily St. John Mandel e The Handmaid’s Tale de Margaret Atwood – das poucas leituras deste ano deste género, Station Eleven destacou-se como ficção pré e pós-apocalíptica que se centra numa companhia de teatro ambulante onde ecoa o princípio “Porque não basta sobreviver”. The Handmaid’s Tale é uma distopia dolorosa contada por alguém que conheceu uma sociedade como a nossa, mas se vê no papel de uma mulher totalmente desvalorizada como ser humano, que continua viva apenas por conta da sua fertilidade.
– Melhor fantasia – City of Stairs de Robert Jackson Bennett a par com A Stranger in Olondria de Sofia Samatar – duas das últimas leituras do ano, foram também duas das melhores leituras. De tom bastante diferente, City of Stairs é um livro bastante movimentado que se destaca pelo mundo criado e pelas personagens pouco convencionais. Por sua vez, A Stranger in Olondria possui um tom pausado que roça o introspectivo num mundo em que se chocam diferentes culturas e religiões.
– Outras menções honrosas
- Trafalgar de Angelica Gorodischer é um conjunto engraçado de histórias em torno de um mercador que viaja de mundo em mundo, envolvendo-se em pequenas aventuras que o levam a abandonar alguns mundos em fuga de um marido ciumento, ou de um grupo de alienígenas enfurecido;
- Among Others de Joe Walton – a história de uma rapariga que perdeu a irmã gémea num trágico acidente provocado pela magia da mãe, que vê fadas e lê mais ficção científica numa semana do que muitos num ano inteiro;
- Annihilation de Jeff Vandermeer – se existe uma história que caracteriza este livro é estranho. A Zona X será uma nódoa no mundo, uma área que ninguém consegue compreender como apareceu, mas que quase parece uma banal e infindável zona selvagem, não fossem as estranhas construções e os episódios com fungos e esporos.
- The Summer Tree de Guy Gavriel Kay – fantasia quase tradicional onde se destacam as histórias interlaçadas das personagens, algumas da nossa realidade, transportadas para um reino fantástico medieval por um mago capaz de viajar entre mundos. Uma excelente leitura.
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Resumos de leituras durante o ano
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Melhoras leituras de anos anteriores
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